25.5.10

Candidatos a emprego na próxima ditadura...


Domingo, Maio 23, 2010

O MASCATE: Comissão da verdade ou da vergonha?
http://o-mascate.blogspot.com/2010/05/comissao-da-verdade-ou-da-vergonha.html

SÓ NÃO CONSIDERO O SEBENTO COMO O MAIS IMBECIL DOS MORTAIS, PORQUE AINDA TEM OS QUE ACREDITAM NELE

" É GRAÇAS A DEUS QUE O BRASIL TEM SAÍDO DE SITUAÇÕES DIFÍCEIS. MAS, GRAÇAS AO SEBENTO, É QUE TEM SE METIDO EM OUTRAS"

Os escorraçados terroristas brasileiros não vêem a hora de se vingarem do povo brasileiro. Agora que chegaram ao poder querem abrir os arquivos da ditadura com uma comissão composta apenas de bandidos terroristas que levaram cacete dos gloriosos militares. Desde quando alguma comissão composta apenas pelos que querem vingança pode ser considerada minimamente séria? É retaliação pura. E usam o inocente útil, o beócio do Sebento para conseguirem seus intentos. O Sebento é o típico mané que pega o ônibus errado e ainda quer sentar do lado da janela. Não fazia parte do grupo terrorista, jamais lutou para implantar uma ditadura do proletariado e nem contra a ditadura militar, nunca levou um só tabefe dos milicos, e hoje se junta com o bando dos vagabundos terroristas em busca da verdade. Mas que verdade eles querem apurar? Toda a verdade, ou só aquela que agrade aos terroristas? Talvez a verdade de verdade, seja muito mais verdadeira do que aquela que os lixos da esquerdalha pensam em apurar. Veremos no que vai dar. Mais um circo armado no Brasil com o aval do Presidemente Sebento.

Analise perfeita "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicam a realidade como um combate entre bons e maus."
"O PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA ESTÁ NO CONTROLE DOS GOVERNOS PELA IMPRENSA, O PRINCÍPIO DA DITADURA ESTÁ NO CONTROLE DA IMPRENSA PELOS

"A diferença entre um país de primeiro mundo e o Brasil. É que no primeiro mundo os bandidos estão na cadeia e no Brasil eles estão no poder."
Investimento
“Compre um ingresso para o filme do Sebento e guarde o canhoto. Pode ser que no futuro você receba uma indenização por tortura”.

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24.5.10

Do esquecimento como método de refazer a História


Celebração homenageia
os mártires do campo brasileiro

Envolto em um cenário místico e tendo o céu do semiárido como testemunha, camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agentes pastorais e religiosos de todas as partes do país, iluminaram a noite de Montes Claros (MG), com as chamas de velas e tochas.

Empunhavam estandartes com imagens daqueles que nos últimos anos morreram na luta por uma “terra sem males”, em defesa da vida, da terra, da água e dos direitos humanos.

A noite desta quarta-feira, dia 19 de maio, relembrou os mártires da terra, e levou mais de mil pessoas às ruas da cidade mineira.

A celebração dos mártires foi um dos momentos mais emocionantes do III Congresso Nacional da CPT. Teve início na tenda dos Mártires, no interior do colégio São José Marista, onde os participantes fizeram suas orações, cantaram músicas da luta camponesa, além de destacar a esperança dos mais diversos povos e culturas, que carregam a cruz dos trabalhadores em prol da resistência.

Durante a caminhada, as pessoas percorreram 2 km, passando pelos bairros de Roxo Verde, Santa Rita e Morrinhos e, por onde passavam, chamavam a atenção da população local.

Ao todo foram seis paradas: cada uma refletiu as ações de resistência e defesa dos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Pampa, Amazônia, Pantanal e Caatinga, discutidos durante o Congresso, além de rememorar os mártires que tombaram na luta contra o latifúndio e o agronegócio em cada bioma.

Segurando um cartaz “Sei que vivo no coração dos que lutam pela liberdade”, a agricultora Maria Senhora, de 69 anos, moradora do assentamento Nova Conquista no Espírito Santo, se emocionou ao relembrar a história do assassinato do líder sindicalista rural Verino Sossai, morto em 1989, na luta contra o latifúndio no estado.

A camponesa, que lutou junto com Verino pela conquista do assentamento, onde vive há 23 anos, afirma não desanimar com tanta violência no campo.

“Lutamos muito para conquistar nossa terra. Enquanto eu estiver viva, vou lutar no meio do povo”, ressaltou.

Assim como Verino, foram relembrados e homenageados, ao longo da caminhada: Irmã Dorothy, Pe. Josimo, Gregório Bezerra, Zé de Antero, Vilmar, Ribamar, Sebastião Lan, João Canuto de Oliveira, Paulo Fontelles, Chico Mendes, Margarida Alves, Frei Tito, Joaquim das Neves, Saturnino, Dom Matias, Jussara Rodrigues, Luiza Ferreira, Zumbi dos Palmares, além de tantos outros, inúmeros lutadores e lutadoras do povo, de cada parte do Brasil.

Para a engenheira agrônoma Heloísa Amaral, integrante da CPT Alagoas, a caminhada foi muito produtiva para conhecer ainda mais os sinais de morte do atual modelo.

“Confesso que achei a caminhada lindíssima porque foi muito significativa, além de ter sido bem estruturada, trabalhando realmente cada bioma. E foi feito o resgate da luta dos mártires, além de dizer o que está acontecendo de errado e o que está sendo construído para melhorar”, ressaltou.

A cerimônia também foi marcada pela leitura da Nota Pública e de repúdio, assinada pelos participantes do Congresso, sobre a notícia de que Taradão, um dos acusados de ser o mandante do assassinato da irmã Dorothy Stang, foi solto após 18 dias depois de ter sido condenado a 30 anos de prisão pelo crime.

O encerramento do ato político-religioso ocorreu em frente à Igreja Nosso Senhor do Bonfim, na Praça dos Morrinhos, com muita música e a partilha do licor de pequi, fruto típico do cerrado.

11.5.10

Um grande equívoco

Estado usa métodos da ditadura
para isolar radicais
ao invés de humanizá-los

para a Democracia

O Ministério Público Federal e a Google

O Brasil é o país que mais pedidos fez à Google para censurar pesquisas ou para saber dados pessoais dos seus utilizadores.

A Google colocou no seu site um mapa com a descrição de todos os pedidos por país, excepto os da China e do Vietnam, uma vez que são considerados segredo de Estado pelos dois países.

Para o director jurídico da Google, David Drummond, o Google Governament Requests, site onde consta a informação dos pedidos, irá «trazer maior transparência e diminuir a censura».

«Esperamos que este seja o primeiro passo para uma maior transparência sobre essas acções na tecnologia e nas comunicações», disse David Drummond.

No segundo semestre de 2009, o Brasil fez 3 663 pedidos de dados e 291 pedidos de remoção de conteúdos, em grande parte motivados por alegação de falsidades e difamações na rede social Orkut.

Seguem-se a Alemanha com 188 pedidos, a Índia com 142 e os EUA com 123. Portugal não aparece na lista, não tendo portanto, efectuado nenhum pedido de remoção de informação do Google.

Em resposta aos dados divulgados, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro afirmou que «não exerce, nem nunca pretendeu exercer, controle estatal ou qualquer tipo de censura», uma vez que 82 por cento dos pedidos do Brasil estão «de acordo com a política da Google» e cobrem «crimes de ódio» e «falsidade ideológica».

www.jornaldigital.com

NN Portuguese News Network

blog videversus, inimigo da Comissão de Verdade




Comissão da Verdade vai ao Congresso

O governo Lula já concluiu a redação do projeto de lei para a criação da Comissão da Verdade, destinada a apurar casos de violação de direitos humanos ocorridos no período da ditadura militar. Ele deve ser divulgado e enviado ao Congresso nos próximos dias.

O texto está pronto desde a semana passada. Mas o governo decidiu segurar sua divulgação, com a intenção de fazê-lo simultaneamente à apresentação pública da nova redação do decreto presidencial que instituiu, em dezembro ano passado, o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

Uma das autoras desse projeto é a candidata petista Dilma Rousseff. Na época de sua apresentação, o programa sofreu poderosas críticas, provenientes de diferentes setores da sociedade, porque o governo Lula pretendia estabelecer com ele a censura à imprensa, a justificação das invasões de terras, sem a possibilidade de seus proprietários de recorrer à Justiça, e outras barbaridades ].

Pressionado, o governo Lula decidiu recuar prometendo rever alguns dos pontos mais polêmicos do texto. O decreto terá uma nova redação em questões referentes à legalização do aborto e à proibição de símbolos religiosos em locais públicos, duas questões que foram atacadas por entidades católicas.

Também foi modificada a parte do programa que previa a necessidade de mais negociações com invasores de terras antes do cumprimento de decisões judiciais sobre reintegração de posse. Segundo a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), tratava-se de uma ameaça ao direito de propriedade.

9.5.10

blog do Beto: "O terrorista de 68 remunera-se em 2008"


blog do beto
http://betocritica.blogspot.com/

O terrorista de 1968 remunera-se em 2008.

Em março p/p, completou 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa.

Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária.

(Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era).

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída.

O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos hoje arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefevre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada. A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5.

Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente não teria havido o AI-5. O caso de Lovecchio tem outra dimensão.

Passados 40 anos, ele recebe da 'viúva' uma pensão especial de R$ 571,00 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor de imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$1.627,00 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$400.000,00 de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis participou de quatro assaltos, três atentados à bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa.

Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele disse que foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o 'Diógenes do PT'.

Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002. Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele disse que foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte está adormecido na Câmara.) Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo.

Adivinhe quem é Dulce Maia? Ela mesma: Dilma Roussef.

Sábado, Maio 08

Blog do Oliveira Martins


Blog do Oliveira Martins
http://leomrtns.blogspot.com/

Contas Abertas - Herança de 64:
anistiados políticos já
receberam R$ 2,8 bilhões

Para se retratar pelos prejuízos causados ao perseguidos, a União já desembolsou, desde 2003, pelo menos R$ 2,8 bilhões com o pagamento de pensões e indenizações aos anistiados políticos. Só neste ano, já foram gastos R$ 77,7 milhões, um sexto do que foi gasto no ano passado – R$ 465 milhões. (...)

São dois os grupos de perseguidos políticos amparados pela lei. O primeiro é composto dos perseguidos políticos em sua definição mais clássica: o cidadão violado em suas liberdades públicas e em sua integridade física. No segundo estão aqueles demitidos dos empregos durante o regime ditatorial. Para os primeiros, a lei oferece uma indenização menor, em parcela única, com teto de R$ 100 mil.

Para o segundo segmento, é destinada uma indenização vitalícia e mensal, com valor correspondente ao salário que teria, com as progressões na carreira e também com pagamento retroativo até 1988. Até 2007, segundo informações da comissão responsável por julgar a causa dos anistiados, para calcular o valor da indenização mensal – reparação pela qual já foi desembolsado R$ 1,2 bilhão –, eram utilizados os valores de progressões informados por órgãos públicos, ex-empregados ou associações sindicais.

A partir de 2008, no entanto, passou a ser usado outro critério, também previsto na lei, no qual se estabelece o valor da indenização segundo a atual média salarial de mercado de cada profissão, o que reprimiu os valores concedidos aos anistiados.
Folha Online
8 DE MAIO DE 2010

"Raiz da corrupção que está aí é o golpe de 1964"


Por Gabriela Gonçalves Cardoso

Jessie Jane Vieira de Sousa é professora do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e foi diretora do Instituto de janeiro de 2006 a janeiro de 2010. Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas e doutorado em História Social pela UFRJ.

Filha de um trabalhador mineiro, Jessie Jane se filiou à Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1969. Na ALN conheceu Colombo e com ele viveu na clandestinidade até 1970. Ambos foram presos no dia 1º de julho de 1970, quando executavam a ação de seqüestro do Caravelle PP-PDX da Cruzeiro do Sul, no Rio de Janeiro.

Estava com 21 anos quando foi presa e barbaramente torturada. Permaneceu nove anos na penitenciária de Bangu (Presídio Talavera Bruce). Em 1972, obteve autorização judicial para se casar e em setembro de 1976, nasceu Leta, sua filha.

Depois que saiu da cadeia foi morar em Volta Redonda, onde trabalhou construindo arquivo do movimento operário. De 1999 a 2002, exerceu o posto de diretora do Arquivo Público do Rio de Janeiro, onde estão arquivados todos os documentos do antigo DOPS.

Como pesquisadora, publicou oito artigos para periódicos, escreveu dois livros, além de dez textos para jornais e revistas e o mesmo número de trabalhos para congressos. Nessa entrevista, a professora Jessie Jane fala sobre a situação atual do país e da universidade brasileira.

A Verdade – Qual a sua avaliação sobre o golpe militar de 1964 e suas consequências para o povo brasileiro?

Jessie Jane – Foi uma das coisas mais dramáticas da história do Brasil. A sociedade brasileira vivia um momento de ascensão dos movimentos sociais, avanço da esquerda, dos movimentos sociais – e o golpe interrompeu isso.

Não só do ponto de vista dos processos políticos que estavam sendo gestados e que foram ceifados. As consequências aí estão colocadas: corrupção, violência, tudo isso tem a raiz ali.

A Verdade – Para a universidade, em particular, o que representou a ditadura?

Jessie – Eu não estava na universidade quando houve o golpe, mas a UFRJ viveu isso de forma grave. Por exemplo: no curso em que eu dou aula, História, vários professores foram expulsos da universidade, houve intervenção, criou-se um vazio na universidade, do ponto de vista docente, e depois veio o amordaçamento da discussão.

Acho que a universidade é hoje muito mais distanciada das questões nacionais. A universidade não tem uma interlocução com a sociedade, sua presença na sociedade é quase nenhuma. Não há projetos nacionais sendo gestados, isso tudo consequência desse esvaziamento causado pelo golpe.

A universidade que existia no Brasil pré-64 tinha menos jovens. Era, digamos assim, mais elitista do que é hoje. No entanto, era um espaço de disputa política muito mais ativo. Hoje, ela vive um marasmo político absoluto. Eu diria até que é um espaço do conservadorismo, principalmente na área das humanas.

A Verdade – Por que até hoje os torturadores não foram punidos no Brasil?

Jessie – Por vários motivos. Primeiro porque há uma cultura política no Brasil que é de sempre as transições virem de cima; tem um conchavo entre as elites e chega-se a um acordo; e aí tudo o que passou pertence ao passado, e o passado fica petrificado.

Isso foi feito na história do Brasil inteira, e a tal da transição democrática que foi feita, foi feita com isso. Tanto é que se diz: “Quem foram os personagens da transição?”. Tancredo, até Sarney é o personagem.

E aí teve um acordo sinistro na verdade, de silêncio entre os golpistas, aqueles que eram parte do golpe, a tal da oposição democrática e até setores da esquerda foram parte desse silêncio. O movimento social não conseguiu avançar, e aí já estou me referindo ao movimento de defesa dos direitos humanos.

Não conseguiu construir forças para produzir uma nova memória, porque a memória que se produziu é uma memória de que houve uma anistia, de que todo mundo foi anistiado, o que não é verdade.

Quando Lula assumiu o governo, vários setores acharam que, com ele, iríamos avançar nessa questão, mas Lula não tem nenhum compromisso com isso.

Acho até que, nos últimos dois anos, até avançou um pouquinho com Tarso Genro no Ministério da Justiça e com Paulo Vannuchi na Secretaria de Direitos Humanos, mas estamos muito longe disso. Eu tenho dúvidas de se ainda vamos conseguir punir os torturadores, mas tenho esperança.

A Verdade – O que fica de lição, para o povo, da luta contra a ditadura?

Jessie – Acho que há uma coisa que é importante, principalmente para minha geração: é um pouco da questão da democracia, entendeu?

A gente tinha uma ideia um pouco diferenciada sobre a discussão democrática, porque a gente sempre pensava na democracia como uma democracia literal do século 19, aquela democracia do voto que a gente chamava de democracia burguesa, e que é mesmo, né?

Faz parte da revolução burguesa, essa coisa. Só que, quando você vive num regime ditatorial, quando você não tem nenhum espaço de expressão, essa democracia burguesa é importante, e conseguir isso foi importante. Porque ela amplia a possibilidade de você construir uma democracia real.

Quando todos os segmentos da sociedade conseguem espaço para se organizar, para se expressar, você vai alargando, pode alargar ou não, não é um resultado inevitável.

Acho que é um pouco o que o Brasil tem tentado fazer ao longo desses anos, mas nós estamos muito aquém daquilo que deveria ser uma democracia real, em que todos tivessem acesso a tudo.

Mas de qualquer forma acho que a luta contra a ditadura deu algumas lições para a gente, principalmente a ideia de quanto pior, é pior mesmo, não é “quanto pior, melhor”.

A Verdade – Qual o papel da luta armada para a derrota da ditadura militar?

Jessie – Analisar a luta armada é supercomplexo, até porque você tem uma interdição da história política brasileira em discutir essas coisas, e aí um discurso pacifista sempre tenta obstruir essas possibilidades.

Do ponto de vista histórico, você não tem nenhuma mudança de regime, de modelo, que não tenha sido pela luta armada. Nenhuma classe entrega o poder a outra sem haver uma revolução ou qualquer tipo de rebelião. Nunca aconteceu e provavelmente não acontecerá. O Chile tentou isso e deu no que deu.

Isso é uma experiência histórica que os povos viveram e de que, até hoje, não conheço outro modelo. Se alguém conhecer, me conte, porque eu não conheço. No caso do Brasil, é preciso contextualizar a opção da luta armada naquele momento histórico.

Alguém assim falando hoje parece fazer parte de um bando de lunáticos que resolveram… Bem, mas penso que a luta armada tem, teve um papel na luta contra a ditadura, mesmo que seja um papel de exemplo.

A Verdade – Este ano foi divulgado um encontro em que o general Médici, à época presidente do Brasil, e o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, discutiram a derrubada do governo [do presidente chileno Salvador] Allende, em 1973.

Em junho do ano passado, houve um golpe militar em Honduras e muitos acreditam na participação dos Estados Unidos nesse episódio. Como vê a participação dos EUA nos golpes militares na América Latina?

Jessie – Bom, isso tudo está documentado. É documentação do Departamento de Estado, não sou eu que estou dizendo. Hoje se conhece toda a intervenção de fato dos Estados Unidos.

Inclusive um colega meu da [cadeira de] História, o Carlos Fico, acabou de lançar um livro que se chama O grande irmão: da Operação Brother Sam aos anos de chumbo, que contém documentação do Departamento de Estado que mostra a presença dos Estados Unidos na articulação do golpe no Brasil, no Chile.

Está mais do que documentado. Então esses golpes todos, na América Latina, desde os anos 50, e as intervenções na América Central, a presença do governo americano… O problema dos Estados Unidos é que, quando está falando de governo norte-americano, você está falando de empresas, porque aquilo é um Estado empresarial, de interesses econômicos, políticos e ideológicos, e, naquele momento, no contexto da Guerra Fria.

Hoje também há a presença dos Estados Unidos, porque se sabe que o governo Obama é um governo dividido. Há grandes personagens do Departamento de Estado que têm empresas em Honduras. Há um artigo muito interessante que saiu no Le Monde Diplomatique falando sobre isso.

Que as empresas, essas empresas bananeiras todas são de americanos, gente do Departamento de Estado. E tem mais um outro detalhe, que é o seguinte: há hoje na América Latina um desequilíbrio, digamos assim, na correlação de forças, porque há governos, não vou dizer governos de esquerda, mas governos mais populares ou mesmo que ficam do centro para esquerda em quase todos os países.

Na América Central você tem agora El Salvador, a Guatemala… tem esse Zelaya, que não é nenhuma flor que se cheire, mas pelo menos é um dissidente da oligarquia.

E o Le Monde Diplomatique fazia uma análise muito interessante, mostrando que o golpe militar em Honduras era um balão de ensaio desses setores dos falcões americanos com setores conservadores latino-americanos, dizendo “olha, se der certo quem sabe poderemos fazer isso em outros lugares”.

Por isso eu acho que a reação do Hugo Chávez é importante porque ele sabe disso: está a Venezuela ali, a Colômbia que os americanos apoiam estão ali… Na verdade, é a questão da geopolítica.

As pessoas são muito ingênuas nisso. Esses setores empresariais americanos têm uma estratégia ao lado dos setores conservadores, e não é à toa que se vê como os jornais burgueses tratam isso.

Está havendo um rearranjo da direita latino-americana. E daqui a pouco começam as eleições, e eles estão se rearranjando. Essa gente tem projeto, tem estratégia, e essa é sempre uma estratégia continental.

A Verdade – Que papel pode cumprir a universidade na conquista de uma nova sociedade?

Jessie – Hoje? Nenhum. Os estudantes discutem questões muito pontuais. Mesmo esses estudantes da chamada extrema-esquerda são muito míopes, não têm uma plataforma de discussão de Brasil.

É tudo muito primário, se resume em lutas quase que intestinas, eles não têm uma representação na massa estudantil. A maioria dos estudantes, hoje, chega aqui, estuda e vai para casa, e quer seu diploma para poder subir na vida.

Não se tem um movimento de professores que tenha discussão além do corporativo – ou então cada um com seu projeto de pesquisa. Os funcionários são só corporação, só discussão de direitos.

Deveres? Nenhum. Acho que nesse momento a única coisa que você pode fazer é formar bem seu aluno para ele ser um bom professor.

A Verdade – Como vê a atual situação do Brasil?

Jessie – De forma muito pessimista. Acho que os movimentos sociais estão quase todos cooptados pelo governo federal, uma central sindical absolutamente chapa-branca; uma coisa que o governo Lula fez, a despeito de todas as coisas boas que foram feitas – e reconheço que o governo Lula é muito melhor do que o governo Fernando Henrique, evidente.

Mas houve no governo Lula um esvaziamento enorme dos movimentos sociais. Hoje existe uma cooptação clara e evidente de lideranças de movimentos. Não vejo nenhuma autonomia nos movimentos sociais.

Quem ainda tenta fazer algum discurso autônomo, mesmo assim muito fraco, é o MST, que está sendo criminalizado. Também o MST me parece que está, um pouco, vivendo assim sem rumo.

Do ponto de vista sindical, o que vejo é uma coisa corporativa, esvaziada de conteúdos políticos mais relevantes, cooptação das centrais. A CUT é uma central chapa-branca. O resto já era mesmo. Um movimento estudantil também chapa-branca.

Essas organizações que se opõem à UNE também não conseguem ter um discurso que pegue. Eu vejo aqui, os meninos vêm aqui dizer um monte de abobrinhas, é uma coisa monocórdia, uma coisa que não tem consequência porque, para poder atingir o conjunto dos estudantes, é preciso uma fala que tenha a ver com a vida das pessoas, não adianta querer…

Então, eu vejo o Brasil, hoje, com muitos problemas. Diferente, por exemplo, de um país como a Bolívia, que tem uma tradição de participação, de demandas, nós somos uma sociedade hoje muito acomodada nos nossos índices de país em desenvolvimento.

Fonte - http://www.substantivoplural.com.br/

Dona Ana Prudente Ustra ataca em outro blog..


http://notalatina.blogspot.com/

Enviada em: sexta-feira, 7 de maio de 2010
Assunto: Entrevista com representante negro que não quer quilombo


Negros estão sendo obrigados a viver de forma que não querem.

A comunização do país se alastra forçadamente em algumas comunidades.

Ouçam a entrevista com este representante de comunidade negra que quer apenas a dignidade de trabalhar e continuar mantendo cada um deles, o seu pedaço de terra.

Eles não querem um quilombo, querem só o direito de viverem em suas propriedades em harmonia com os brancos, assim como sempre foi.Que absurdo!!!!
Ana Prudente

Olá, amigos,

Depois de muito tempo o Notalatina volta a atualizar-se, desta vez trazendo uma denúncia gravíssima que está ocorrendo na lingínqua Bagé, no RS.

O governo está ampliando os “kolkhozes tupinikins” e agora a farsa criminosa quer atingir uma comunidade quilombola que vive há séculos em plena harmonia com os fazendeiros brancos.

Há uma excelente entrevista com um dos líderes do Quilombo de Palmas, em que ele desmascara a farsa governamental e denuncia a “coletivização forçada” das terras de seus legítimos proprietários.

Peço que divulguem amplamente, porque esta notícia não está sendo publicada pela grande imprensa, mas não esqueçam de dar os créditos ao Notalatina.

Fiquem com Deus e até a próxima!

Graça Salgueiro

Entry Filed under: 00 ÚLTIMO ANO DE LULA 2010.
Tags: quilombos, revolução quilombola comunismo.

5.5.10

Bastidores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade


Marcha da Familia – personagens e notas

Patrick Peyton

Patrick Peyton foi um padre irlandês, nascido em Carracastle, no Condado de Mayo, Irlanda, em 9 de janeiro de 1909, pároco em Hollywood, fundador da Cruzada do Rosário em Família, movimento autorizado pela Igreja Católica que visava unir as famílias em torno da oração.

Conhecido como "o padre de Hollywood", pelo gosto por holofotes e multidões.

Sua vinda ao Brasil foi decidida no final de 1962, em Washington. Hoje já se sabe que Padre Peyton foi bancado pela Agência Central de Inteligência (CIA) do serviço secreto.

A operação clandestina mais importante para derrubar João Goulart foi intermediada por um multimilionário devoto do catolicismo, J. Peter Grace, e financiada em parte por um empresário que não é diretamente identificado no livro.

Não era apenas uma questão de fé. Grace tinha interesses econômicos na América do Sul em transporte, açúcar e mineração.

Está tudo no livro de Hugh Wilford. “The Mighty Wurlitzer, How the CIA played America”, que descreve a guerra cultural travada entre a União Soviética e os Estados Unidos por corações e mentes durante a guerra fria.

Diz o livro que o milionário J. Peter Grace era “Um homem decidido, ele sempre usou dois relógios, um mostrando a hora local de onde estava e outro com a hora da sede da empresa, em Nova York. Ele também carregava um revólver na cintura.”

Católico devoto, ele era integrante de uma organização secreta chamada Os Cavaleiros de Malta, através da qual exercia grande influência na hierarquia católica dos Estados Unidos.

Da organização fizeram parte dois diretores da CIA, William Casey e John A. McCone. Peter Grace era Chefe da Seção Americana dos Cavaleiros de Malta - Presidente da W. R. Grace & Co., patrocinou a "Operação Clipe de Papel" - para recrutar os maiores cientistas alemães a fim de trabalharem em seu esforço de construírem foguetes no pós-guerra.

Von Braun, que inclusive havia sido preso em 1944 por suspeita de traição, após haver declarado que a V-2 era destinada à exploração espacial e não a guerra, reuniu 115 colaboradores e afinal renderam-se aos norte-americanos.

Grace foi o intermediário entre o então diretor da CIA, Allen Dulles, e o padre Patrick Peyton, fundador da Cruzada do Rosário, dedicada a promover a Virgem Maria.

Os dois pediram 500 mil dólares para financiar as atividades iniciais da Cruzada na América do Sul. Dulles gostou do projeto apresentado e convocou Grace para um encontro com o então vice-presidente Richard Nixon, na Casa Branca (ele serviu no posto de 1953 a 1961).

Nixon já conhecia o multimilionário Grace, que havia apresentado meses antes a dois outros empresários com grandes interesses na América do Sul, David Rockefeller e Juan Trippe, o dono da empresa de aviação PanAm.

É óbvio que os empresários tinham interesses econômicos em jogo, além dos ideológicos e religiosos.

A Cruzada para a Oração da Família, de Nova York, foi escolhida como organização de fachada. O projeto-piloto custou 20 mil dólares e aconteceu em La Serena, no Chile.

Diante do sucesso da mobilização dos católicos chilenos, em 1960, o padre Peyton recebeu a promessa de financiamento de 100 mil dólares para mobilizar os católicos de Caracas. O comício final da Cruzada na Venezuela atraiu 600 mil pessoas.

Em Bogotá, a multidão chegou a 1 milhão de pessoas. O objetivo central do projeto era derrotar candidatos comunistas em eleições, promovendo políticos e governos favoráveis os Estados Unidos.

Logo depois do comício de Bogotá, houve mudança repentina de planos. O empresário Peter Grace, intermediário entre a CIA e o padre católico, informou a Peyton que o alvo então eram o Recife e o Rio de Janeiro, numa campanha que começou em 1962.


Traduzo o trecho mais importante referente ao Brasil, que aparece nas páginas 190 e 191:


“A Cruzada tinha desenvolvido em 1962 uma técnica de evangelização chamada Missão Popular, que envolvia o recrutamento local de técnicos que viajavam com equipamento para mostrar filmes religiosos feitos na Espanha em projeções ao ar livre, com comentários de catequisadores laicos.

À técnica foram acrescentados efeitos especiais espetaculares desenvolvidos para apelar à população dos centros urbanos, como o Rio de Janeiro, onde a famosa estátua do Cristo, no Corcovado, foi decorada com um rosário iluminado de 30 metros e uma cruz de 7 metros de altura.

Quando Peyton pregou na cidade, em 16 de dezembro de 1962, 1,5 milhão de brasileiros vieram ouvi-lo.

Um ano depois, na Festa da Imaculada (8 de dezembro de 1963), também declarado o Dia da Família pelo presidente João Goulart, a Cruzada patrocinou uma transmissão de TV especial desde o Rio de Janeiro, na qual estrelou, entre outros, Bing Crosby, a estrela do futebol Pelé e Agostinho dos Santos, que se autodefinia como “o rei da bossa-nova do Brasil”, que cantou a versão em samba da Ave Maria.

O programa, que também foi mostrado em outros países da América do Sul, atingiu a maior audiência da história do Rosário da Família.

Esses feitos espetaculares foram obtidos num período de crescente crise política no Brasil, que culminaram em março de 1964 com a derrubada do presidente Goulart em um golpe militar liderado pelo chefe do Exército, general Humberto Castello Branco.

Goulart tinha causado insatisfação em Washington ao adotar políticas como a de indicar socialistas para o ministério, e a CIA estava profundamente envolvida nos eventos que levaram à derrubada dele, através de ligações com grupos locais de direita e organizações norte-americanas, como o AILFD [Instituto Americano para o Desenvolvimento do Trabalho Livre].

No ano de 1962, sob a bênção de John Fitzgerald Kennedy, o Departamento de Estado dos EUA recomenda a vinda do padre Peyton para o Brasil, de acordo com dossiê publicado pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas.

Estamos em plena Guerra Fria, e a esquerdização da América Latina tira o sono do mais jovem presidente norte-americano.

João Goulart, o Jango, transformado em presidente em 1961 e esvaziado pelos militares, que o fazem engolir o parlamentarismo, retoma o poder por plebiscito em 1963 e tem o apoio da esquerda: com os brizolistas, sindicalistas e comunistas.


A frágil democracia brasileira está ameaçada por radicalismos de ambos os lados.

Entra em cena um religioso de pele e cabelos muito brancos, nascido na Irlanda em 1909 e conhecido como "o padre de Hollywood".


Pelo gosto por holofotes e multidões, Patrick Peyton era em tudo o padre Marcelo dos anos 60 - só que com alcance mundial e uma obsessão pelo rosário.

Daí seu apelido. Os discos em que personalidades do mundo do cinema rezavam com ele o conjunto de orações composto por 15 padre-nossos e 15 dezenas de aves-marias frequentavam a lista dos mais vendidos.


Sua "Cruzada do Rosário em Família" levava multidões às ruas em países tão díspares como México e Uganda.

O apelo político das mobilizações que o padre começa a fazer por aqui era óbvio. Segundo o discurso de direita da época, ateus, os comunistas iriam acabar com a família. Contra eles, o rosário. Historiadores atribuem às "cruzadas" do padre Peyton a semente que levou à Marcha da Família.

O Padre Peyton tornou-se extremamente grato à Nossa Senhora pela recuperação de sua saúde e com a permissão dos seus superiores iniciou a Cruzada da Oração na qual pregava a importância mundial da oração, especialmente, da oração em família.
O seu famoso slogan era “A Família que reza unida, permanece unida”.

Peyton além de criar o movimento do Terço em Família, participou da Marcha da Família com Deus para a Liberdade. O Padre Peyton, após uma vida dedicada ao sacerdócio e à evangelização, faleceu em São Pedro, California, em 3 de junho de 1992.

Por suas virtudes heróicas e apostólicas, foi iniciado na Santa Sé o processo para exame da sua canonização. É considerado Servo de Deus, o primeiro momento em direção à santificação.

Cruzadas pelo rosário

Em seu trabalho religioso a serviço do governo dos Estados Unidos, conduziu cerca de 40 cruzadas do rosário em muitos países, abrangendo em torno de 28 milhões de fiéis.
Ele participou de centenas de programas de rádio e televisão com muitos artistas famosos de cinema da Broadway e Hollywood, e criou, ainda, o “Teatro da Família”.

Nessas cruzadas, criadas a partir de Hollywood em 1947, produziu cerca de 600 programas de rádio e de televisão com cerca de 10.000 transmissões com o intuito de pregar a oração em família, e, consequentemente, alertar as populações do mundo contra o perigo comunista, a partir de 1947 até meados de 1969.

Brasil
No caso do Brasil, a criação do movimento teve o intuito de preparar a opinião pública para a implantação do regime militar a partir de 1° de abril de 1964.

Peyton Memorial
O Centro de Memória Frei Peyton CSC, dedicado ao sacerdote, foi oficialmente aberto em 10 de outubro de 1998, em Attymass, Irlanda.


O Centro lembra a vida e o trabalho apostólico do “Padre do Rosário” (The Rosary Priest, em inglês) e é um local de respeito, oração e paz. Ele é procurado e altamente prestigiado por peregrinos e tornou-se, também, uma atração turística. O Centro organizou as comemorações do centenário de nascimento do seu patrono no ano de 2009.


Obtido em wikipedia.org/wiki/Patrick_Peyton"

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2.5.10

Blog ponto e vírgula - Conspiração totalitária na cara dura


Blog ponto e vírgula
Quem sou eu
AIRTON LEITÃO NILÓPOLIS, RIO DE JANEIRO

27 de abril de 2010 Comandante do Exército exalta Revolução
Recebi de um amigo militar um e-mail que tem um anexo muito sério, pois trata-se de uma Ordem do Dia numa corporação do Exército, no qual o comandante fala sobre a Revolução de 31 de março de 1964. Leiam a seguir:

ORDEM DO DIA DO Cmt INTERINO DA 3ª Bda CMec
REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA DE 31 DE MARÇO DE 1964

Soldados da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada!
Há 46 anos atrás, o presidente da República, João Goulart, era deposto.
Uns chamam esse acontecimento de golpe militar, outros, de tomada do poder. Para nós, brasileiros, ocorreu a Revolução Democrática de 1964, que afastou nosso querido país de uma ditadura comunista, cruel e sanguinária, que só os irresponsáveis, por opção ou por descuido, não querem enxergar.

A grande maioria de vocês, principalmente os mais jovens, foram cansativamente expostos à idéia transmitida pela propaganda política, inserida nas salas de aula, nos ditos livros didáticos, nos jornais, programas de rádio e de TV, que os militares tomaram o poder dos civis para impedir que reformas moralizantes fossem feitas; que para combater os "generais que usurparam o poder" os jovens da época uniram-se e lutaram contra a ditadura militar e que muitos deles morreram, foram mutilados, presos e torturados na luta pela redemocratização do país; que jovens estudantes, idealistas, embrenharam-se nas matas do Araguaia para lutar contra a ditadura.

Mas qual é a verdade sobre o Movimento de 31 de março?

Para responder a esta pergunta, basta tão simplesmente voltarmos nossas vistas para aquela conturbada época da vida nacional. O país vivia no caos. Greves políticas paralisavam os transportes, as escolas, os bancos etc. Filas eram feitas para comprar alimentos. A indisciplina nas Forças Armadas era incentivada pelo governo. João Goulart queria implantar suas reformas de base à revelia do Congresso Nacional.

Os principais jornais da época exigiam a saída do presidente, em nome da manutenção da democracia. Pediam para que os militares entrassem em ação, a fim de evitar que o Brasil se tornasse mais uma país dominado pelos comunistas. O povo foi às ruas pedindo o fim daquele desgoverno, antes que fosse tarde demais.
E, assim, aconteceu o 31 de março!

Naqueles dias seguintes, editoriais e mais editoriais exaltando a atitude patriótica dos militares eram publicados, nos mesmos jornais que, hoje, caluniam a Revolução...
Os comunistas que pleiteavam a tomada do poder não desanimaram e passaram a insuflar os jovens, para que entrassem numa luta contra seus irmãos, pensando que estariam lutando contra a ditadura.

E mentiram tão bem que muitos acreditam nisso até hoje.
E foi com essa propaganda mentirosa que eles iludiram muitos jovens e os cooptaram para as suas organizações terroristas. A luta armada havia começado.

Foram vários atos terroristas: atentados a bomba no aeroporto de Recife, em quartéis do Exército, em instalações diplomáticas de outros países; seqüestros e assassinatos de civis, militares e autoridades estrangeiras em solo brasileiro.
A violência revolucionária havia se instalado.

Naquela época, os terroristas introduziram no Brasil a maneira de roubar dinheiro com assaltos a bancos, a carros fortes e a estabelecimentos comerciais. Foram eles os mestres que ensinaram tais táticas aos bandidos de hoje. Tudo treinado nos cursos de guerrilha em Cuba e na China.
As polícias civil e militar sofriam pesadas baixas e não conseguiam, sozinhas, impor a lei e a ordem.
Para não perder o controle da situação, o governo decretou medidas de exceção, pelas quais várias liberdades individuais foram suspensas. Foi um ato arbitrário, mas necessário. A frágil democracia que vivíamos não se podia deixar destruir.

Graças ao Bom Deus e Senhor dos Exércitos, vencemos a besta-fera!
Os senhores sabiam disso? Com quantas inverdades fizeram “a cabeça de vocês”! Foi a maneira que os comunistas encontraram para tentar justificar a sua luta para implantar um regime do modelo soviético, cubano ou chinês no Brasil.

Por intermédio da mentira, eles deturparam a História e conseguiram o seu intento. Alguns de vocês que não nasceram naquela época, chegam mesmo a acreditar no que eles dizem...
E por que essas mentiras são repetidas até hoje?

Por que passado quase meio século, ainda continuam a nos caluniar? Qual será o motivo desse medo e dessa inveja?
Esta resposta também é simples:

É porque eles sabem que nós, militares, não nos deixamos abater pelas acusações contra as Forças Armadas, porque, na verdade, apenas cumprimos o dever, atendendo ao apelo popular para impedir a transformação do Brasil em uma ditadura comunista, perigo esse que já anda ao derredor do nosso Brasil, só que com outra maquiagem.

É porque eles sabem que nós, militares, levamos uma vida austera e cultivamos valores completamente apartados dos prazeres contidos nas grandes grifes, nas mansões de luxo ou nas contas bancárias no exterior, pois temos consciência de que é mais importante viver dignamente com o próprio salário do que realizar orgias com o dinheiro público.

É porque eles sabem que nós, militares, temos como norma a grandeza do patriotismo e o respeito sincero aos símbolos nacionais, principalmente a nossa bandeira, invicta nos campos de batalha, e o nosso hino, jamais imaginando acrescentar-lhes cores ideológico-partidárias ou adulterar-lhes a forma e o conteúdo.

É porque eles sabem que nós, militares, temos orgulho dos heróis nacionais que, com a própria vida, mantiveram íntegra e respeitada a terra brasileira e que esses heróis não foram fabricados a partir de interesses ideológicos.

É porque eles sabem que se alguma corrupção existiu nos governos militares, ela foi pontual e episódica, mas jamais uma estratégia política para a manutenção do poder ou o reflexo de um desvio de caráter a contaminar por inteiro um ideal.

É porque eles sabem que nós, militares, somos disciplinados e respeitamos a hierarquia, ainda que tenhamos divergências com nossos chefes, pois entendemos que eles são responsáveis e dignos de nossa confiança e que não se movem por motivos torpes ou por razões mesquinhas.

É porque eles sabem que nós, militares, não nos dobramos à mesquinha ação da distorção de fatos que há mais de 40 anos os maus brasileiros vem impondo à sociedade, com a clara intenção de impor-lhe a idéia de que os guerrilheiros de ontem (hoje corruptos e ladrões do dinheiro público) lutaram pela democracia, quando agora já está mais do que evidente que o desejo por eles perseguido há anos,' sempre foi - e continua sendo – o de implantar no país um regime totalitário, uma ditadura mil vezes pior do que aquela que eles afirmam ter combatido.

É porque eles sabem, enfim, que todo o mal que se atribui a nós, militares, e às Forças Armadas - por maiores que sejam os nossos defeitos e limitações - não tem respaldo na Verdade histórica que um dia há de aflorar.

Soldados da Brigada Patrício Corrêa da Câmara! Pertencemos ao Exército Brasileiro, brasileiro igual a todos nós e com muito orgulho no coração.
Exército invicto nos campos de batalha, onde derrotamos comunistas, nazi-fascistas, baderneiros, guerrilheiros, sabotadores, traidores da Pátria, conspiradores, predadores do patrimônio público, bandidos e terroristas.

Mas retornemos agora nossas vistas para o presente... O momento é decisivo para o Brasil, e por conseguinte, para todos nós, brasileiros. Mas será que estamos realmente conscientes disso?
Parece que não! O País vive em um clima de oba-oba, tipo “deixa a vida me levar, vida leva eu”... O dinheiro público é distribuído em alguns tipos de bolsas, umas de indisfarçável cunho ideológico revanchista e, outras, voltadas ao assistencialismo, nunca na história desse País visto em tão larga escala...

A mídia satura a grande massa, “coincidentemente” o grande colégio eleitoral, com programas televisivos de baixíssima qualidade cultural, de cunho nitidamente apelativo, fabricando falsos heróis, que corroem os valores cristãos do nosso povo... como que distraindo-o, a fim de impedi-lo de enxergar o que anda acontecendo por aqui e ao nosso redor: situações idênticas ocorridas no Brasil e em outros países são tratadas de formas diferenciadas, conforme a simpatia ideológica; a palavra empenhada, as posições firmadas e documentos estratégicos são trocados ou modificados conforme a intensidade da reação da opinião pública, tornando transparente a falta de seriedade no trato dos destinos do Brasil, ou pior, revelando as verdadeiras intenções, ocultas e hediondas.

Senão bastasse, serviçais de plantão vem à mídia tentar explicar o inexplicável, isso quando não jogam a culpa na opinião pública, dizendo que foi ela quem entendeu de forma errada ou procuram fazer-se de vítimas face à suposta campanha difamatória, quando na verdade os fatos estão aí, as claras…

No entanto, parece que as pessoas encontram-se anestesiadas, apenas “vivendo a vida”, discutindo qual a melhor cerveja, ou quem deve ser eliminado da casa, se tal jogador deve ser convocado...

O que vemos hoje já era utilizado nos tempos do antigo Império Romano, a estratégia do “pão e circo: dê ao povo comida e diversão de graça e ele esquecerá seus problemas...”
Porém, ao longo da História da civilização, diversas personalidades já apontavam para os perigos desses momentos de desesperança, destacamos: Martin Luther King - “O que me preocupa não é o grito dos maus.

É o silêncio dos bons...” ; Burke - “Para o mal triunfar, basta os homens de bem não fazerem nada...” ; Mario Quintana - “O que mata um jardim não é o abandono ! O que mata um jardim é esse olhar vazio de quem passa indiferente por ele” ; e Rui Barbosa - "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".

Não! Não deixaremos que os inimigos da Pátria venham manchar sua honra ou deturpar seus valores cristãos. Não envergonharemos nossos antecessores, os quais nos legaram esse Brasil-Continente, livre e soberano!

Soldados da 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, estaremos sempre atentos e, se o Bom Deus e Senhor dos Exércitos assim o desejar, cumpriremos nossa sagrada missão de defender a Pátria. Que seja isso, ou que o sol, sem eflúvio, sem luz e sem calor, nos encontre no chão a morrer do que vivo sem te defender...

ASSINA, MARIO LUIZ DE OLIVEIRA Cmt INTERINO DA 3ª BDA CMEC

Para quem pensa que os militares estão assistindo de braços cruzados, inertes, a tudo o que vem acontecendo no país, esta Ordem do Dia parece-nos um sinal de alerta.

Blog "Quod scripsi scripsi!" - Contra o aborto e a Comissão de Verdade e Reconciliação Nacional


Blog "Quod scripsi scripsi!"

QUEM SOU EU
PROF. DR. JIVALDO
Professor/Pesquisador

Declaração dos movimentos sociais que participaram do VI Encontro Nacional dos Movimentos em Defesa da Vida sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)

Os movimentos sociais em Defesa da Vida de todo o Brasil, reunidos entre os dias 12 e 14 de março de 2010, em Brasília-DF, para discutirem a atual conjuntura político-sócio-cultural no tocante à valorização da vida humana, decidiram em assembléia plenária emitir a seguinte declaração sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3):

1. O PNDH-3 é um Programa que fere o direito fundamental de todo cidadão, ou seja, o direito de nascer. Isso acontece porque o PNDH-3 deseja legalizar totalmente o aborto no Brasil. Por isso o PNDH-3 já deveria ser rejeitado.

2. Além disso, o PNDH-3 traz outras ameaças à vida, das quais citamos:

a) Constituição de uma “Comissão da Verdade”, a qual poderá investigar, sem prévia denúncia, a vida privada do cidadão. A implantação dessa comissão representa uma invasão direta do Estado na vida dos cidadãos e, por conseguinte, a limitação e até mesmo o fim da liberdade individual.

b) Proibição da exposição pública de símbolos religiosos. Essa proibição representa uma grave limitação da liberdade religiosa, garantida pela Constituição, e também da liberdade de expressão do indivíduo, desprezando os valores históricos e culturais do país.

c) Limitação à liberdade de imprensa, à propriedade privada e à autonomia do Judiciário.

d) Distorção do conceito de família por meio do reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo, com direito à adoção de crianças.

e) Ataque à proteção da família e à dignidade da pessoa humana por meio da profissionalização da prostituição.

3. Pelo que foi exposto, afirmamos que o PNDH-3 é um Programa autoritário e representa a desconstrução da democracia brasileira em direção ao Estado totalitário, usurpador dos direitos inalienáveis de todos os cidadãos.

4. Afirmamos a total e plena rejeição ao PNDH-3.

5. Solicitamos que o Presidente da República, o Secretário Nacional de Direitos Humanos, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal e as demais autoridades competentes revoguem imediatamente o Decreto 7037/2009, que aprova o PNDH-3 e, a partir desse ato, reafirmem, juntamente com a sociedade civil brasileira, políticas de direitos humanos que valorizem a vida e a dignidade da pessoa humana.
Brasília-DF, 14 de março de 2010.


Assinam essa Declaração:

Rede Nacional em Defesa da Vida
Apostolado da Divina Misericórdia em Defesa da Vida
Associação Casa Mãe
Associação Cultural Brasil pela Vida
Associação de Apoio ao Ser Humano e à Família (ABRACEH)
Associação Direito de Nascer
Associação Mulheres Mineiras em Ação
Associação Nacional de Mulheres pela Vida
Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família (PROVIDAFAMÍLIA)
Associação Nascer é um Direito
Associação Vida Humana
Associação Vida Plena
Centro de Ajuda à Mulher
Comissão de Promoção e Defesa da Vida (Rio de Janeiro-RJ)
Comissão de Defesa da Vida (São José dos Campos-SP)
Comissão em Defesa da Vida (Belém-PA)
Comissão em Defesa da Vida (Santo André-SP)
Comissão em Defesa da Vida (Guarulhos-SP)
Comissão em Defesa da Vida (São Bento do Sapucaí-SP)
Comissão Regional em Defesa da Vida (Regional Sul 1 da CNBB)
Comunhão e Libertação
Comunidade Família de Nazaré
Federação dos Movimentos de Defesa da Vida (FEMOV)
Fórum de Defesa da Vida
Frente Nacional de Defesa da Vida
Grupo Pró-Vida do Seminário Maior de Brasília
Instituto Eu Defendo
Movimento de Cidadania de Defesa da Vida
Movimento Legislação e Vida
Movimento Nacional Brasil sem Aborto
Pró-Vida de Anápolis
União Nacional para a Promoção e Defesa da Família (PRODEF)

Prof. Dr. José Jivaldo Lima QSS

21.4.10

Revisar lei de Anistia deixaria claro que somos contra o crime hediondo da tortura no Brasil


Por José Bessa Freire *

A gente não sabe se chora ou se ri com as declarações ameaçadoras feitas por dois generais octogenários que hoje, na reserva, vestem pijama e usam dentadura, mas já pertenceram ao alto escalão da ditadura militar brasileira (1964-1985), quando tinham dentes bem afiados.

A velhice arrancou-lhes os dentes do siso, mas conservou-lhes a vontade de morder. Entrevistados recentemente pelo jornalista Geneton Moraes para a Globo News, eles desembainharam a espada e feriram de morte a memória nacional.

Um deles, o general Leônidas Pires Gonçalves, 89 anos, foi chefe do DOI-CODI do Rio de Janeiro, comandante militar da Amazônia e ministro do Exército do Governo Sarney.

O outro, o general Newton Cruz, 85 anos, chefiou o SNI (Serviço Nacional de Informações), e comandou a repressão às manifestações realizadas em Brasília na época do movimento ‘Diretas Já’.

Com o dedão de proctologista sempre em riste, o general Leônidas nos ofereceu essa pérola:
- Não tivemos exilados no Brasil. Tivemos fugitivos. A palavra ‘exilado’ não serve para eles. Exilado é alguém que recebe um documento do governo exigindo que se afaste. Tal documento nunca houve. A minha sugestão é: fugitivos.

O general alega que ninguém foi obrigado a sair do país, e a prova disso é que não existe qualquer papel com o carimbo: “Vai-te embora”, assinado: “Ditadura”, com firma reconhecida. Então, quem saiu, o fez por livre e espontânea vontade.

Ele insinua que quem saiu é covarde e fujão, ao contrário dele, que é macho pacas. Dessa forma, o general, que nunca cantarolou “O bêbado e a equilibrista”, debochou do “choro das Marias e Clarisses” e de “tanta gente que partiu num rabo de foguete”.

Exilado ou fujão?

A bravata do general coloca duas questões: uma de forma e outra de conteúdo. Formalista, o ex-chefe do Doi-Codi confunde cinto com bunda e cipó com jerimum. Para ele, todo bebê não registrado em cartório é non nato. É isso aí: não nascido. A criança pode chorar e berrar, mamar, molhar as fraldas: não nasceu. As lágrimas e os berros não constituem prova cabal de sua existência. A única prova aceitável é uma certidão afirmando que ela existe.

Da mesma forma que, sem papel, exilados não existem, só fugitivos.
Enquanto o general, dedão em riste, nos chamava de fujões, eu ouvia a voz bêbada da cantora Vanusa entoando “verás que um filho teu não foge à lu-uta!”. Acontece - e aqui vem a segunda questão - que quem foge, foge de alguém ou de alguma coisa. Nós, exilados, fugimos de quê?

Da repressão e da tortura? Ora, o Diário Oficial não publicou portaria nomeando torturadores, portanto, eles não existiram. Houve apenas “pequenos excessos”, como justifica o general Leônidas:

- Guerra é guerra. Guerra não tem nada de bonito - só a vitória. E nós tivemos. A vitória foi nossa. As torturas lamentavelmente aconteceram, mas para ser uma mancha ela foi aumentada. Hoje todo mundo diz que foi torturado pra receber a bolsa-ditadura.

O general Leônidas, fanfarrão que não sabe nem ganhar porque tripudia sobre os vencidos, coloca em dúvida até o assassinato na prisão do jornalista Wladimir Herzog:

- Eu não tenho convicção que Herzog tenha sido morto. Porque sei o que é uma pessoa assustada e não preparada (…). Nitidamente, Herzog não era preparado para isso. Às vezes, estive pensando, um homem não preparado e assustado faz qualquer coisa, até se mata.

Até se mata.


Deixando de lado esse insulto à memória - um escárnio - cabe perguntar: quem matou dona Lyda Monteiro, secretária da OAB, vítima dos atentados à bomba contra alvos civis que aterrorizaram o Rio de Janeiro em 1980-1981?

Na época, o governo militar culpou os radicais de esquerda, negando aquilo que logo ficou provado e hoje o general Newton Cruz confessa: militares radicais da ativa promoveram atentados para impedir o processo de abertura política em andamento.

O ataque frustrado ao Riocentro - Deus castiga! - matou um dos terroristas, quando uma das bombas explodiu no colo do sargento Guilherme, dentro do carro do capitão Wilson Machado.
Com os olhos esbugalhados durante toda a entrevista, Newton Cruz confessou que tinha prévio conhecimento de que alguns militares preparavam o atentado e - esse é um dado novo - que ele próprio transmitiu ao seu superior general Octávio Medeiros. O entrevistado contou ainda que ele, por conta própria, impediu novo atentado que havia sido preparado por militares do Doi-Codi do Rio.

Tortura e anistia


Um terceiro militar, não entrevistado, mostrou o lado íntegro das Forças Armadas. Trata-se do major brigadeiro Rui Moreira Lima, 91 anos, piloto de combate da esquadrilha verde da Força Aérea Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, quando executou 94 missões.

Ele é um dos três heróis brasileiros da guerra que combateu o nazi-fascismo. Nesta segunda-feira (12/04), o nonagenário general protocolou no STF um pedido para que a lei de Anistia não beneficie os crimes de tortura.

Na petição assinada, o brigadeiro Lima, que também preside a Associação Democrática e Nacionalista de Militares (ADNAM), diz com extrema lucidez: “A anistia não pode significar que atos de terror cometidos pelo Estado através de seus agentes e que ensejaram verdadeiros crimes contra a humanidade não possam ser revistos”.

Nas próximas semanas, o STF decidirá sobre essa questão. De qualquer forma, o brigadeiro mostrou, corajosamente, qual é o discurso que representa a Pátria Mãe Gentil, protetora, que nos faz sentir filhos deste solo.

Esse sim é um herói que continua honrando a farda que veste. Fez com o discurso aquilo que já havia feito com os aviões de caça: lutar pela liberdade.

A Lei de Anistia aprovada há trinta anos pelo Congresso Nacional concede o perdão a quem cometeu crimes políticos entre 1961 e 1979. O que é um crime político?

O STF já decidiu que crimes políticos são os delitos praticados contra a ordem estabelecida com finalidade ideológica. Ou seja, os militares que pegaram em armas e deram um golpe em 1964 estão anistiados, bem como os militantes de esquerda que combateram a ditadura com armas na mão.

No entanto, os delitos praticados pelos torturadores nos porões da ditadura não se enquadram nessa situação.

Não se trata de buscar vingança ou revanche, como sinaliza o jurista Dalmo Dallari, mas de dizer claramente que o Brasil é contra o crime hediondo da tortura.

A identificação e julgamento dos torturadores é uma demonstração de que historicamente “a sociedade brasileira jamais compactuou com as práticas de um regime que limitou criminosamente a oposição e a liberdade de expressão, mesmo que tais práticas não possam mais ser punidas pela prescrição”.

Se o general Leônidas conhece algum espertalhão sem escrúpulo que se aproveitou da chamada bolsa-ditadura tem o dever de denunciá-lo, prestando um serviço à memória da nação. Aliás, a apuração dos crimes de tortura colocaria isso em pratos limpos.

De qualquer forma, esse suposto fato não apaga o crime dos torturadores que, pagos pelo contribuinte, atuavam fora da legalidade da própria ditadura. Só para não pensar que estou legislando em causa própria, aproveito para informar que, embora tenha legalmente direito, não requeri o que o general está chamando de “bolsa ditadura”.

* O professor José Ribamar Bessa Freire coordena o Programa de Estudos dos Povos Indígenas (UERJ), pesquisa no Programa de Pós-Graduação em Memória Social (UNIRIO) e edita o site-blog Taqui Pra Ti.

Pesquisa, copy e edição – Flavio Deckes, com blogdaamazonia.blog.terra.com.br

1964 - O ano que não terminou


O livro “O que Resta da Ditadura: a Exceção Brasileira”, organizado por Edson Teles e Vladimir Safatle (Boitempo Editorial), nega ao passado recente a condição de passado.

O que restou está entranhado na vida brasileira. Sua memória transcende os relatos pessoais dos que sofreram nos paus de arara e nas cadeiras do dragão do regime militar – instrumentos de suplício da Inquisição moderna e de sua procura por bruxos subversivos – ou daqueles que viram sumir nas dobras de um regime duro um ente querido.

Transcende o indivíduo que sofreu a agressão e não teve direito ao reconhecimento ou ao luto e convive no mesmo espaço que seu algoz, aquele que suprimiu dele o direito ao luto e à memória.

Vai além da sociedade que sofreu também uma agressão coletiva e não se livrou de leis, da forma de organização do Estado ou mesmo de um aparato militar moldados à imagem e semelhança do velho regime.

“Existe uma fantasia nacional de que, se não se olhar para trás, as coisas vão desaparecer. É como dizia o Pentateuco: se olhar para trás, vira estátua de sal. E fica claro que a ditadura militar criou um sistema que moldou muito claramente o presente”, afirma Safatle.

Não à-toa, na terceira página do livro reina, solitária, a frase de George Orwell, em “1984″: “Quem controla o passado, controla o futuro”. Ela diz quase tudo. “O passado não é coisa que se esquece, mas que se elabora. A impossibilidade de elaboração causa uma série de problemas fundamentais que moldam a imperfeição de nosso sistema democrático”, diz o filósofo.

O livro é produto de debate promovido em 2007 pela USP, com a participação de cientistas políticos, sociólogos, filósofos, psicólogos, economistas e críticos de arte. Foi uma tentativa de mapear, de forma ampla, as heranças da ditadura. Demorou dois anos para virar livro.

A época do seminário era a do pós-crise aérea, quando, em reação à tentativa do governo de desmilitarizar o controle dos voos comerciais, oficiais incumbidos desse serviço abandonaram seus postos, num ato claro de insubordinação, sem que jamais tenham sido punidos por isso.

Segundo o cientista político Paulo Ribeiro da Cunha, da Unesp – que escreveu um capítulo (“Militares e anistia no Brasil”) em que analisa a forma como a corporação militar lida com seu próprio passado -, embora os oficiais tenham abandonado as salas de controle, foram os subordinados os punidos: 34 controladores foram processados, 80 suboficiais e sargentos foram afastados de suas funções ou transferidos e as perseguições foram “inomináveis”.

Na história brasileira, conta Cunha, as anistias dentro das Forças Armadas tiveram um corte ideológico e social: apenas beneficiaram movimentos à direita e oficiais, jamais a esquerda militar e os de baixo na escala hierárquica.

Nas vésperas do lançamento do livro, dois anos depois, outro incidente militar: a ofensiva contra o III Programa Nacional de Direitos Humanos, em dezembro do ano passado. “Reagiram basicamente quatro setores: a Igreja, os militares, os grandes proprietários de terra e setores fundamentais da imprensa.

Foram os quatro setores que fizeram o golpe de 64. Valeria perguntar por que essa coincidência”, afirma Safatle. A imprensa, diz, poderia assumir a postura que teve no final da ditadura. “A ausência da imprensa no processo de revisão do passado fragiliza essa posição.”

As formas de controle da velha ordem sobre o que Safatle chama de “nossa democracia imperfeita” saltam nas páginas do livro.

O cientista social Jorge Zaverucha, numa análise do arcabouço legal pós-85, chega à conclusão de que a Constituinte de 1988, sob forte pressão militar, acabou sendo cópia da Constituição de 1967 da ditadura e da emenda de 1969, no que diz respeito aos conceitos de segurança nacional.

“Os militares podem dar golpe de Estado amparados por um preceito constitucional”, afirma Zaverucha. É o que define o artigo 142 da Constituição de 1988, que dá às Forças Armadas o poder de garantir “a lei e a ordem”, se chamadas por um dos poderes. “O presidente do Senado, José Sarney, pode pedir a intervenção militar”, exemplifica Safatle.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos. (Evangelho de Mateus 5:6)

O fato de se ter “perdoado” os militares sem exigir da parte deles reconhecimento de seus crimes, segundo a psicanalista Maria Rita Kehl, produz “a naturalização da violência como grave sintoma social” – no inconsciente social, um esquecimento imposto é da ordem do “recalque”, que produz manifestações sintomáticas, entre elas a própria permanência da tortura no cotidiano.

“A tortura resiste como sintoma de nossa displicência histórica”, escreve.

Outra questão extensamente colocada no livro é a legitimidade da anistia – perdão autoimposto, cujos termos são um enorme impedimento para o acerto de contas com o passado.

Para Safatle, de todos os lados que se olhe a anistia brasileira é ilegítima, embora tenha sido estabelecida com amparo de um arcabouço legal que, trazido da ditadura, permite até golpes de Estado “legais”.

A lei de anistia de 1979, imposta pelo presidente-general João Figueiredo a um Congresso fragilizado, não resiste a uma interpretação mais criteriosa, afirma o filósofo.

Segundo o artigo 1º, parágrafo II da lei 6.683, “excetuam-se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal”.

Os que se opuseram ao regime militar pelas armas, portanto, ficaram de fora da anistia e cumpriram pena. “Muitos permaneceram presos depois da lei”, lembra Safatle.

Tiveram apenas a pena reduzida por um novo texto da Lei de Segurança Nacional. Essa exclusão do texto da anistia, por si só, tornaria passíveis de julgamento os que, do lado do regime, cometeram terrorismo de Estado, sequestraram opositores e atentaram contra a pessoa humana nas câmaras de tortura.

“Essa interpretação da lei derruba a teoria dos dois demônios”, afirma Safatle. Segundo essa teoria, a anistia jogou o manto do perdão sobre os “demônios” da esquerda que combatia o regime e os “demônios” do Estado. Os únicos “demônios” que não foram punidos, no entanto, foram os que estavam protegidos pelo aparelho de Estado.

Outro argumento usado pelos militares para se opor à responsabilização de seus agentes é o de que os abusos contra os direitos da pessoa humana foram feitos para evitar um golpe de esquerda.

“Não houve nenhum caso de grupo de esquerda que tenha pegado em armas antes do golpe de 1964″, afirma Safatle.

O filósofo coloca na mesa mais um argumento para refutar a tese de que o regime torturou e matou no combate ao terrorismo: segundo ele, o terrorismo não existiu. “Não houve ataque contra a população civil.”

O único caso em que houve uma vítima civil, o atentato no aeroporto de Guararapes, não foi assumido por nenhum grupo organizado.

Ainda assim, na opinião de Safatle, as oposições, mesmo armadas, exerciam o legítimo direito à resistência.

“Faz parte da noção mais liberal da democracia a idéia de que toda ação contra o Estado ilegal é uma ação legal. Isso é John Locke, não é Lenin. Para Locke, é legal matar o tirano numa situação de ausência de legalidade”, diz Safatle.

“Quando pessoas questionam a luta armada contra a ditadura, estão questionando um princípio que é fundamental para a democracia liberal: o direito à resistência. Claro que devemos criticar o projeto de sociedade que a luta armada tinha, mas jamais colocá-la no mesmo
lugar dos torturadores.”.


Por Maria Inês Nassif

Pesquisa, copy e edição – Flavio Deckes, com blog Lius Nassif

20.4.10

Até onde ir com a verdade?

Por Renato Lessa*

(..)
Em março de 64 um governo legítimo foi, no Brasil, deposto por um golpe de Estado.


Ainda que uma aloprada interpretação revisionista insista em atribuir a vítimas do golpe em questão os motivos centrais para a sua perpetração, tratou-se, este sim, de uma incursão que destruiu para sempre o ambiente político institucional da República de 46.

Os méritos do disparate pertencem exclusivamente aos golpistas, e não às suas vítimas. Seu sucesso na empreitada, por maioria de razão, exige que consideremos sua pretensão de governar o país como ilegítima.

Ilegítimos foram, portanto, os governos e os atos que seguiram ao ato inaugural de 31 de março de 64.

Trata-se de uma ilegitimidade com forte componente alucinatório, devotada a extrair dentro de si mesma crenças e rituais de legitimação.

Assim, reacionários empedernidos e saudosos dos idos de março de 1964 chegam às lágrimas ao ressaltar o legitimismo (sic) do marechal Castello Branco, o primeiro dos usurpadores.

Desde já, adianto que uso o termo "usurpador" como substantivo, a designar agente que obtém, sem direito prévio a isso, algo que não lhe foi atribuído segundo devido procedimento legal..

Não falo, pois, da alma ou dos sentimentos do marechal em questão, mas de seus atos e escolhas públicas. Penso mesmo que estou disposto a anistiar o marechal Castello Branco, já que segundo a Lei da Anistia, de 79, além dos atos praticados pelos que se opuseram à ditadura, "crimes conexos"estariam cobertos.

Pois bem, a mãe dos tais crimes conexos foi a intentona de 64. Então não?

Volto ao componente alucinatório. O regime – e chamá-lo assim já constitui um ato indevido de promoção ontológica – buscou em si mesmo um arsenal de bruxarias institucionais para apresentar-se de modo limpo e legal.

Nada de semelhante ocorreu com os vizinhos do Cone Sul. Por lá, golpistas, quando não cuidavam do extermínio de opositores, golpeavam-se mutuamente.

Por aqui, praticou-se uma pantomima legitimista que, pela repetição e ausência de alternativas, deu azo a uma expressão que sempre me intrigou: a de "institucionalização do regime". Na verdade, aí reside o grande sucesso da empreitada: passar de quartelada a regime, e disso a um "modelo político"próprio, pretensamente institucionalizado.

Chamemos a isso de "lavagem de regime".Para coroar, uma transição para a democracia feita pelas regras do próprio regime. Como não há notícia de regime que tenha feito regras para que desaparecesse, algo de incomum deve ter ocorrido.

Alguns se opuseram à pretensão alucinatória, pelas armas ou pela paciente sedimentação de uma resistência não violenta. Os que caíram nas malhas da repressão conheceram o destino que se apresenta aos humanos quando submetidos de modo absoluto a celerados.

Quer um repugnante exercício revisionista desqualificar o tema da tortura e da violação dos direitos humanos pela suposição de que os que combateram o regime de 64 não seriam democratas legítimos, mas agentes protototálitários.

O que hoje está em jogo é saber que lugar ocupará a experiência dos anos de ditadura na longa duração histórica do país. Em uma camada ainda mais profunda, trata-se de saber do lugar reservado ao esquecimentoe ao tabu nas narrativas a respeito da experiência histórica da nação. E é aqui que se apresenta o maior sarrilho: o modo de inscrever o passado em nossas narrativas depende das erráticas condições do presente.

Nada, pois, mais distante dos marcadores negociáveis contidos nas idéias de verdade e justiça.Na Argentina, uma ditadura derrotada deu passagem a um regime que nada lhe devia. O momento pós-autoritário, naquele país, pôde organizar seu museu de verdades imunes ao tempo, ao mesmo tempo em que fixou sobre o acervo interpretações precisas.

Com idas e vindas, militares genocídas foram reconhecidos pelo que foram. Os feitos do capitão Astiz – heróico no assassinato de freiras francesas e covarde na Guerra das Malvinas – estão inscritos indelevelmente na filial portenha do museu ao qual aludi.

Por cá, o enquadramento das respostas acima indicadas foi fixado pela Lei de Anistia, de 1979, e por alterações sucessivas. Imaginar sua revogação, para fins penais, é algo que não combina com a natureza do processo que nos livrou da ditadura.

Perdedores absolutos estão sujeitos a aplicação implacável e automática da justiça por parte de vencedores indisputados. Nestas plagas, quem se habilita a ocupar, à vera, tais posições?
Melhor seria ter a coragem e o caráter de tomar a Lei de Anistia ao pé da letra, e estender a todos os envolvidos seus benefícios, o que inclui os tais crimes conexos.


Porém, há uma exigência: é fundamental saber quem está a ser anistiado e por qual razão. A condição de usufruto da anistia exige o reconhecimento público de algo que, em algum momento, foi de fato feito, com data, hora e lugar.

Devem ser anistiados os envolvidos com a usurpação de 1964, os que mataram e torturaram e os que os comandavam. A ênfase na punição para fins estritamente penais dá azo à odiosa cultura do veto e da pretensão da tutela dos comandantes militares sobre a República.

Mas, a eventual alopração por parte de um esquerdismo inócuo e reduzido à simbologia ressentida – simpatias chavistas e acenos ao Hamas y compris – é menos grave do que a (in)disposição militar diante da questão.

A gravidade reside no fato de que mais do que não admitir que torturadores e seus comandantes venham a ser punidos, os chefes militares recusam a ver seus camaradas antecessores como anistiáveis, pois estão convictos de que não há nada no passado recente das corporações militares que exija autocrítica e arrependimento.

Que apareçam os corpos dos desaparecidos, que se abram os arquivos e que se peça desculpas ao País do despautério.

Que se mostrem, enfim e para o devido perdão, os anistiáveis perpetradores de "crimes conexos". Assim, competamos o ciclo da anistia. Sem punições a montante, mas sem lacunas no acervo do museu de verdades imunes ao tempo.

* professor titular de Filosofia Política do Iuperj e da Universidade Federal Fluminense e presidente do Instituto Ciência Hoje. Artigo publicado em OESP de 17/1/2010.

Ex aeromoça gaúcha é candidata da Escola Superior de Guerra ao Senado

blog Toque Feminino

... Ana Prudente é empresária na área editorial, natural de Porto Alegre, tem 49 anos e mora em São Paulo desde 1976. Foi comissária de bordo na VASP durante 13 anos e é mãe de dois filhos.

Ela faz parte do Conselho de Relações Exteriores, assim como do Comércio Eletrônico na Federação do Comércio.

Trabalha como diretora social adjunta da ADESG/SP (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra), diretora de relações-públicas da SASDE (Sociedade Amigos da Segunda Divisão do Exército), e, por fim, é membro da Academia de Arte, Cultura e História, da Liga da Defesa Nacional.

... Ana Prudente quer ser Senadora por São Paulo e a idéia de entrar na política veio dos amigos que a pressionaram. Mesmo antes disso, ela já participava de questões políticas e ajudou candidatos amigos em suas eleições.

Seu espírito guerreiro precisava ser libertado e não adiantava mais lutar contra o destino. ... Veja na íntegra a entrevista e conheça melhor a candidata que quer ajudar a mudar a política nacional. ...

Toque Feminino: Muitos eleitores não sabem a função que os senadores exercem. A fim de esclarecer isso, você pode nos explicar qual é a função de um Senador? Qual será a sua contribuição caso se eleja Senadora?
... Ana Prudente: A principal função de um senador é a FISCALIZAÇÃO. Ao senador cabe fiscalizar Legislativo e Executivo e sua obrigação é denunciar pelos meios disponíveis toda e qualquer irregularidade detectada. Existe uma confusão muito grande hoje, a qual eu venho observando presencialmente por estar uma candidatura. Em quase total maioria, costumam perguntar a senadores sobre “quais os seus projetos”, o que difere longe da pergunta que deveria ser “o que o(a) senhor(a) pensa sobre...”.

Projetos são da alçada dos deputados, aos senadores cabe julgar se são viáveis ou não. Há anos venho brigando, como cidadã, por algumas mudanças. Não aceito que um país considerado de terceiro mundo, um país tão rico quanto o no sso, tenha este crescimento medíocre.

... Eu quero e vou interferir nas verbas destinadas tanto a deputados, senadores e até mesmo naquele cartão de crédito liberado para o Executivo. Tenho vergonha da falta de sensibilidade dos nossos legisladores.

Embora a Câmara esteja literalmente às moscas porque os representantes que elegemos precisam cuidar de suas próprias campanhas para uma reeleição, até agora nenhum se dignou a “devolver aos cofres públicos” o salário que pagamos para que estejam lá, trabalhando.

Também vou tratar do fim da imunidade parlamentar para que os eleitos deixem de usá-la como arma contra a própria sociedade que os elegeu. Eu levaria dias escrevendo sobre todas as áreas onde pretendo mudanças, mas sei que não posso fazê-lo aqui pela simples razão de espaço e tolerância.

... TF:Você já foi eleita a algum cargo?
... Ana: Nunca fui eleita nem nunca me candidatei. Sempre tive grandes “grilos” com essa conversa esquisita de “coligações”. Vejo lideranças de partidos dançando uma valsa que eu não consigo e nem quero dançar. E um dia pode chegar a ordem para apoiar aquele que você nunca se identificou.

E como é que eu explicaria isso aos meus eleitores? Não, eu não sirvo para isso, eu seria expulsa na primeira oportunidade como “a rebelde” porém ao meu ver, com causa. Analisei o PTC durante uns 6 anos pelo menos até o dia em que decidi me filiar.

Identifiquei neles uma personalidade parecida com a minha, além de freqüentarmos sempre os mesmos lugares, mesmos interesses etc... E estou bastante satisfeita pois embora esteja ligada hoje a várias pessoas que compõem um partido, a ordem é que eu seja EU, sempre EU em minhas posições, e que eu continue fazendo o que sempre fiz.

Possuo carta branca e apoio em tudo o que precisar caso me envolva em encrenca com algum político. Não tenho papas na língua e por isso, não estou livre de sofrer algum processo, mesmo que esteja dizendo a mais pura verdade. Quero a vaga para “também” acabar com estas tantas facilidades hoje disponíveis à classe.

... TF: O que a levou a entrar na política? Quando isso ocorreu? Além da política, qual é a sua profissão?
... Ana: Entrei na política oficialmente devido à pressão de amigos que convivem comigo há vários anos, percebi que não adiantaria resistir e brigar contra o destino. Eu sabia que um dia acabaria tendo que abrir mão da minha privacidade, que sempre preservei muito.

Em passado recente, trabalhei ativamente para eleger pessoas de minha confiança e gostava das “coxias” ou seja, para mim os holofotes não significam nada, sou desprovida dessa vaidade. Desisti de resistir e aceitei o convite, ao qual me senti altamente homenageada pela direção do PTC.

Filiei-me oficialmente no ano passado, depois de estar convencida que teríamos que literalmente, colocar gente nossa no Congresso e iniciar uma mudança radical na ética e compostura política.

... TF: Por que você acha que poucas mulheres são eleitas no Brasil? Há algo que pode ser feito para mudar esse quadro?
... Ana: Poucas mulheres são eleitas porque poucas mulheres se candidatam pelos motivos que expus em meu artigo “Mulher na Política”. Mulheres são muito mais leais aos valores que trazem de infância do que aos desvios de caráter, somos movidas pela mistura de muitos sentimentos fortes. Por vezes precisamos dominar a razão e por outras a emoção em grau avançado já que se assim não for, corremos o risco de ver desmoronar nossas famílias e o mundo que nos rodeia.

... TF: Em sua opinião, qual é o mais grave problema da estrutura sócio-econômica em nosso país? Quais são os seus projetos para mudar essa realidade?
... Ana: O Brasil chegou num ponto em que conseguiram engessar nossas instituições e também os setores produtivos. Vivemos uma falsa sensação de que tudo está bem e na verdade, está tudo péssimo. A carga tributária é destrutiva, ninguém mais está conseguindo sobreviver a tamanho assalto oficial. Médias e pequenas empresas estão falidas assim como indústria e comércio.

Nossos aposentados são jogados de um lado para o outro, como se fossem brinquedos, isso é um desrespeito com trabalhadores que passaram a vida inteira contribuindo com o fisco. Eu não consigo aceitar tudo isso calada, quero ir para Brasília e interferir para que esta realidade mude. Atualmente pagamos este abuso de impostos e não recebemos de volta aquilo que o governo tem obrigação de prover. É nosso direito, está na Constituição e tem de ser cumprido.

... TF: Você acredita que a criação de mais leis contribuirá para mudar a realidade brasileira? Por quê? Em caso positivo, quais leis deveriam ser criadas ou alteradas?

... Ana: Mais leis pra que? Já temos tantas que acabam se empilhando umas por cima das outras que servem apenas para confundir quem precisa delas! Nossas leis, até por serem em excesso, passaram a ser utilizadas conforme a necessidade do “freguês”. Nem mesmo os próprios advogados dão conta de se atualizar sobre tantas que são criadas todos os dias.

... TF: Você já tem algum projeto de lei pronto para ser apresentado no Senado? Em caso positivo, diga-nos a respeito.
... Ana: Não tenho Projetos de Lei, até porque não sou especialista em elaborá-las mas tenho muitas propostas para solucionar problemas estruturais.

Dentre elas posso citar minha grande preocupação com as invasões de terra, tais que são bastante concentradas no Pontal do Paranapanema aqui no estado. Infelizmente estão usando concentrações de sem-terra de forma política e levando-os à desobediência civil.

E como defendo o direito à propriedade, que é um direito constitucional, me preocupo também com as pessoas de bem que fazem parte do MST e que realmente querem e merecem um lugar ao sol. O estranho é que os assentamentos que dão certo não são divulgados e temos experiências muito positivas se formos ver como eles funcionam nas diversas regiões do país.

Eu proponho juntarmos tudo o que deu certo e montar um modelo único, onde o governo forneceria tudo o que fosse necessário e dali a três anos por exemplo, aquelas famílias, já estabelecidas e produzindo, passariam a devolver aos cofres públicos o que receberam no início.

Este modelo de “dar” uma gleba para cada família e deixá-los ali sem saber o que fazer não funciona, parece até que “os governos não querem que dê certo”. Penso que devamos juntar 50/100 famílias e fornecer apoio assim como: cimento, pregos, tijolos, tratores, agrônomos profissionais e até de quantas galinhas e vacas serão necessárias para abastecer estas pessoas com ovos e leite.

Tais localidades teriam uma creche (onde haveria rodízio de mães entre cuidar das crianças e se dedicar às plantações), uma escola, ambulatório médico, restaurante enfim, tudo isso com o máximo de aproveitamento de membros da própria comunidade. Cooperativas funcionam muito bem quando são administradas com honestidade.

... TF: Você se autodenomina seguidora de qual ideologia? Direita, Esquerda ou Centro?
... Ana: Eu acho muito esquisito quando me perguntam isso! Quem mistura governo com ideologia são aqueles que se autodenominam de “esquerda” e destes eu quero é distância.

Não concordo com essa confusão que eles tentam fazer na cabeça das pessoas para manipular as massas. Eu não sou massa e nunca serei, eu gosto muito de ser “um indivíduo” que cumpre com seus deveres e por isso, pode exigir seus direitos.

Penso que temos muita falta de Civismo, de Patriotismo verdadeiro e não só da boca pra fora ou para uso eleitoral. Eu tenho há anos, na frente da minha casa, presa a um mastro, a nossa Bandeira do Brasil porque eu gosto do meu país e não tenho vergonha de demonstrar isso.

... TF: Em sua opinião, o brasileiro é um “animal político”? Por quê?
... Ana: Animal é quem criou este termo! Considero que, quando vivemos numa sociedade, aprendemos desde criança a aplicar a política em nossas vidas, seja quando somos contra ou a favor do tudo que nos rodeia. Somos políticos quando defendemos uma idéia, quando precisamos conviver bem com colegas de trabalho, nas relações em geral e nem nos damos conta disso!

... TF: Foi noticiado que você entrou com pedido de impeachment do Lula. Conte-nos a respeito. Você acredita que conseguirá êxito? Por quê?
... Ana: Impetrei o pedido de impeachment contra Luis Inácio da Silva dia 23 de agosto último. Ao ter acesso ao livro de Ricardo Kotscho ("Do Golpe ao Planalto", Companhia das Letras, 2006) lançado no início do mesmo mês, observei que nele continha um depoimento importante deste que foi oficialmente, o Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República desde que Lula assumiu.

No livro o profissional narra detalhes da reunião que ocorreu entre Lula, Zé Dirceu, Zé Alencar e Valdemar Costa Neto para acertar os valores do que foi chamado de mensalão, vulgo “dinheiro de caixa 2 do PT”. E toda essa negociação teve Lula como efetivo participante, com direito a “pechinchas” pra abaixar o preço da propina.

Então imediatamente entrei em contato com meu advogado - Dr Luciano Blandy, que montou a peça em tempo recorde. Quanto ao seu êxito ou não, é importante que acreditemos que as leis “devem ser respeitadas”, se não agora, um dia.

Se eu não acreditasse na denúncia que fiz, então para que fazê-la? ... Sou otimista, não sou do tipo que me deixo derrotar antes de enfrentar o problema. Prefiro ter a certeza de que fiz tudo pela causa, pois só assim conseguirei continuar me olhando no espelho e gostando do que vejo, o meu reflexo.

Mas nem pensem que desisti depois que Aldo Rebelo se negou a cumprir o que reza a lei. Nesta semana estaremos em Brasília novamente denunciando-o no STF e tomando mais algumas providências. ... Disponibilizei todos os documentos referentes ao impeachment no meu site de candidata.

(www.anaprudente360.can.br).

... TF: O que mais você deseja falar às mulheres leitoras do Toque Feminino?
... Ana: Principalmente quando nos tornamos mães, passamos a experimentar novas sensações e, entre elas, a grande responsabilidade que é educar, cuidar da saúde, dar bons exemplos para que nossos filhos venham a ser bons adultos. Junto a esta responsabilidade, lhes damos amor, segurança, equilíbrio e direção. Ensinamos sobre os valores básicos para que vivam em uma sociedade saudável.

Pois bem, e que tal tratarmos nosso Brasil como se fosse um filho, este que hoje se encontra na UTI pela falta de tudo que citei acima? Posso afirmar que ele precisa de nós mais do que podemos imaginar, eis que se trata de uma criança com potenciais enormes mas que está carente e perdida em meio a tanta devassidão.

Seus estupradores não têm piedade, precisamos reagir! Convido-as a pensar com muito carinho neste assunto e que participem mais a fundo das decisões fundamentais para que assim, consigamos levar nossa criança a crescer com esperança num futuro próspero! Vamos lá, coragem! Vamos!

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