25.5.10

Candidatos a emprego na próxima ditadura...


Domingo, Maio 23, 2010

O MASCATE: Comissão da verdade ou da vergonha?
http://o-mascate.blogspot.com/2010/05/comissao-da-verdade-ou-da-vergonha.html

SÓ NÃO CONSIDERO O SEBENTO COMO O MAIS IMBECIL DOS MORTAIS, PORQUE AINDA TEM OS QUE ACREDITAM NELE

" É GRAÇAS A DEUS QUE O BRASIL TEM SAÍDO DE SITUAÇÕES DIFÍCEIS. MAS, GRAÇAS AO SEBENTO, É QUE TEM SE METIDO EM OUTRAS"

Os escorraçados terroristas brasileiros não vêem a hora de se vingarem do povo brasileiro. Agora que chegaram ao poder querem abrir os arquivos da ditadura com uma comissão composta apenas de bandidos terroristas que levaram cacete dos gloriosos militares. Desde quando alguma comissão composta apenas pelos que querem vingança pode ser considerada minimamente séria? É retaliação pura. E usam o inocente útil, o beócio do Sebento para conseguirem seus intentos. O Sebento é o típico mané que pega o ônibus errado e ainda quer sentar do lado da janela. Não fazia parte do grupo terrorista, jamais lutou para implantar uma ditadura do proletariado e nem contra a ditadura militar, nunca levou um só tabefe dos milicos, e hoje se junta com o bando dos vagabundos terroristas em busca da verdade. Mas que verdade eles querem apurar? Toda a verdade, ou só aquela que agrade aos terroristas? Talvez a verdade de verdade, seja muito mais verdadeira do que aquela que os lixos da esquerdalha pensam em apurar. Veremos no que vai dar. Mais um circo armado no Brasil com o aval do Presidemente Sebento.

Analise perfeita "Esse homem é de uma penosa fragilidade intelectual. Continua sendo um sindicalista preso à superstição da luta de classes. Não entende nenhum assunto complexo, carece de capacidade de fixar atenção, tem lacunas culturais terríveis e por isso aceita a análise dos marxistas radicais que lhe explicam a realidade como um combate entre bons e maus."
"O PRINCÍPIO DA DEMOCRACIA ESTÁ NO CONTROLE DOS GOVERNOS PELA IMPRENSA, O PRINCÍPIO DA DITADURA ESTÁ NO CONTROLE DA IMPRENSA PELOS

"A diferença entre um país de primeiro mundo e o Brasil. É que no primeiro mundo os bandidos estão na cadeia e no Brasil eles estão no poder."
Investimento
“Compre um ingresso para o filme do Sebento e guarde o canhoto. Pode ser que no futuro você receba uma indenização por tortura”.

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24.5.10

Do esquecimento como método de refazer a História


Celebração homenageia
os mártires do campo brasileiro

Envolto em um cenário místico e tendo o céu do semiárido como testemunha, camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, agentes pastorais e religiosos de todas as partes do país, iluminaram a noite de Montes Claros (MG), com as chamas de velas e tochas.

Empunhavam estandartes com imagens daqueles que nos últimos anos morreram na luta por uma “terra sem males”, em defesa da vida, da terra, da água e dos direitos humanos.

A noite desta quarta-feira, dia 19 de maio, relembrou os mártires da terra, e levou mais de mil pessoas às ruas da cidade mineira.

A celebração dos mártires foi um dos momentos mais emocionantes do III Congresso Nacional da CPT. Teve início na tenda dos Mártires, no interior do colégio São José Marista, onde os participantes fizeram suas orações, cantaram músicas da luta camponesa, além de destacar a esperança dos mais diversos povos e culturas, que carregam a cruz dos trabalhadores em prol da resistência.

Durante a caminhada, as pessoas percorreram 2 km, passando pelos bairros de Roxo Verde, Santa Rita e Morrinhos e, por onde passavam, chamavam a atenção da população local.

Ao todo foram seis paradas: cada uma refletiu as ações de resistência e defesa dos biomas da Mata Atlântica, Cerrado, Pampa, Amazônia, Pantanal e Caatinga, discutidos durante o Congresso, além de rememorar os mártires que tombaram na luta contra o latifúndio e o agronegócio em cada bioma.

Segurando um cartaz “Sei que vivo no coração dos que lutam pela liberdade”, a agricultora Maria Senhora, de 69 anos, moradora do assentamento Nova Conquista no Espírito Santo, se emocionou ao relembrar a história do assassinato do líder sindicalista rural Verino Sossai, morto em 1989, na luta contra o latifúndio no estado.

A camponesa, que lutou junto com Verino pela conquista do assentamento, onde vive há 23 anos, afirma não desanimar com tanta violência no campo.

“Lutamos muito para conquistar nossa terra. Enquanto eu estiver viva, vou lutar no meio do povo”, ressaltou.

Assim como Verino, foram relembrados e homenageados, ao longo da caminhada: Irmã Dorothy, Pe. Josimo, Gregório Bezerra, Zé de Antero, Vilmar, Ribamar, Sebastião Lan, João Canuto de Oliveira, Paulo Fontelles, Chico Mendes, Margarida Alves, Frei Tito, Joaquim das Neves, Saturnino, Dom Matias, Jussara Rodrigues, Luiza Ferreira, Zumbi dos Palmares, além de tantos outros, inúmeros lutadores e lutadoras do povo, de cada parte do Brasil.

Para a engenheira agrônoma Heloísa Amaral, integrante da CPT Alagoas, a caminhada foi muito produtiva para conhecer ainda mais os sinais de morte do atual modelo.

“Confesso que achei a caminhada lindíssima porque foi muito significativa, além de ter sido bem estruturada, trabalhando realmente cada bioma. E foi feito o resgate da luta dos mártires, além de dizer o que está acontecendo de errado e o que está sendo construído para melhorar”, ressaltou.

A cerimônia também foi marcada pela leitura da Nota Pública e de repúdio, assinada pelos participantes do Congresso, sobre a notícia de que Taradão, um dos acusados de ser o mandante do assassinato da irmã Dorothy Stang, foi solto após 18 dias depois de ter sido condenado a 30 anos de prisão pelo crime.

O encerramento do ato político-religioso ocorreu em frente à Igreja Nosso Senhor do Bonfim, na Praça dos Morrinhos, com muita música e a partilha do licor de pequi, fruto típico do cerrado.

11.5.10

Um grande equívoco

Estado usa métodos da ditadura
para isolar radicais
ao invés de humanizá-los

para a Democracia

O Ministério Público Federal e a Google

O Brasil é o país que mais pedidos fez à Google para censurar pesquisas ou para saber dados pessoais dos seus utilizadores.

A Google colocou no seu site um mapa com a descrição de todos os pedidos por país, excepto os da China e do Vietnam, uma vez que são considerados segredo de Estado pelos dois países.

Para o director jurídico da Google, David Drummond, o Google Governament Requests, site onde consta a informação dos pedidos, irá «trazer maior transparência e diminuir a censura».

«Esperamos que este seja o primeiro passo para uma maior transparência sobre essas acções na tecnologia e nas comunicações», disse David Drummond.

No segundo semestre de 2009, o Brasil fez 3 663 pedidos de dados e 291 pedidos de remoção de conteúdos, em grande parte motivados por alegação de falsidades e difamações na rede social Orkut.

Seguem-se a Alemanha com 188 pedidos, a Índia com 142 e os EUA com 123. Portugal não aparece na lista, não tendo portanto, efectuado nenhum pedido de remoção de informação do Google.

Em resposta aos dados divulgados, o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro afirmou que «não exerce, nem nunca pretendeu exercer, controle estatal ou qualquer tipo de censura», uma vez que 82 por cento dos pedidos do Brasil estão «de acordo com a política da Google» e cobrem «crimes de ódio» e «falsidade ideológica».

www.jornaldigital.com

NN Portuguese News Network

blog videversus, inimigo da Comissão de Verdade




Comissão da Verdade vai ao Congresso

O governo Lula já concluiu a redação do projeto de lei para a criação da Comissão da Verdade, destinada a apurar casos de violação de direitos humanos ocorridos no período da ditadura militar. Ele deve ser divulgado e enviado ao Congresso nos próximos dias.

O texto está pronto desde a semana passada. Mas o governo decidiu segurar sua divulgação, com a intenção de fazê-lo simultaneamente à apresentação pública da nova redação do decreto presidencial que instituiu, em dezembro ano passado, o 3º Programa Nacional de Direitos Humanos.

Uma das autoras desse projeto é a candidata petista Dilma Rousseff. Na época de sua apresentação, o programa sofreu poderosas críticas, provenientes de diferentes setores da sociedade, porque o governo Lula pretendia estabelecer com ele a censura à imprensa, a justificação das invasões de terras, sem a possibilidade de seus proprietários de recorrer à Justiça, e outras barbaridades ].

Pressionado, o governo Lula decidiu recuar prometendo rever alguns dos pontos mais polêmicos do texto. O decreto terá uma nova redação em questões referentes à legalização do aborto e à proibição de símbolos religiosos em locais públicos, duas questões que foram atacadas por entidades católicas.

Também foi modificada a parte do programa que previa a necessidade de mais negociações com invasores de terras antes do cumprimento de decisões judiciais sobre reintegração de posse. Segundo a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), tratava-se de uma ameaça ao direito de propriedade.

9.5.10

blog do Beto: "O terrorista de 68 remunera-se em 2008"


blog do beto
http://betocritica.blogspot.com/

O terrorista de 1968 remunera-se em 2008.

Em março p/p, completou 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, 22 anos, deixou seu carro numa garagem da Avenida Paulista e tomou o caminho de casa.

Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária.

(Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era).

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída.

O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos hoje arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefevre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada. A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5.

Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente não teria havido o AI-5. O caso de Lovecchio tem outra dimensão.

Passados 40 anos, ele recebe da 'viúva' uma pensão especial de R$ 571,00 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor de imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$1.627,00 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$400.000,00 de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis participou de quatro assaltos, três atentados à bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa.

Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele disse que foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o 'Diógenes do PT'.

Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002. Tudo isso antes do AI-5. Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo.

Durante o tempo em que esteve preso, ele disse que foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso, foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia, iria enorme distância.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que revê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte está adormecido na Câmara.) Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo.

Adivinhe quem é Dulce Maia? Ela mesma: Dilma Roussef.

Sábado, Maio 08

Blog do Oliveira Martins


Blog do Oliveira Martins
http://leomrtns.blogspot.com/

Contas Abertas - Herança de 64:
anistiados políticos já
receberam R$ 2,8 bilhões

Para se retratar pelos prejuízos causados ao perseguidos, a União já desembolsou, desde 2003, pelo menos R$ 2,8 bilhões com o pagamento de pensões e indenizações aos anistiados políticos. Só neste ano, já foram gastos R$ 77,7 milhões, um sexto do que foi gasto no ano passado – R$ 465 milhões. (...)

São dois os grupos de perseguidos políticos amparados pela lei. O primeiro é composto dos perseguidos políticos em sua definição mais clássica: o cidadão violado em suas liberdades públicas e em sua integridade física. No segundo estão aqueles demitidos dos empregos durante o regime ditatorial. Para os primeiros, a lei oferece uma indenização menor, em parcela única, com teto de R$ 100 mil.

Para o segundo segmento, é destinada uma indenização vitalícia e mensal, com valor correspondente ao salário que teria, com as progressões na carreira e também com pagamento retroativo até 1988. Até 2007, segundo informações da comissão responsável por julgar a causa dos anistiados, para calcular o valor da indenização mensal – reparação pela qual já foi desembolsado R$ 1,2 bilhão –, eram utilizados os valores de progressões informados por órgãos públicos, ex-empregados ou associações sindicais.

A partir de 2008, no entanto, passou a ser usado outro critério, também previsto na lei, no qual se estabelece o valor da indenização segundo a atual média salarial de mercado de cada profissão, o que reprimiu os valores concedidos aos anistiados.
Folha Online
8 DE MAIO DE 2010

"Raiz da corrupção que está aí é o golpe de 1964"


Por Gabriela Gonçalves Cardoso

Jessie Jane Vieira de Sousa é professora do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e foi diretora do Instituto de janeiro de 2006 a janeiro de 2010. Possui graduação em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestrado em História pela Universidade Estadual de Campinas e doutorado em História Social pela UFRJ.

Filha de um trabalhador mineiro, Jessie Jane se filiou à Ação Libertadora Nacional (ALN) em 1969. Na ALN conheceu Colombo e com ele viveu na clandestinidade até 1970. Ambos foram presos no dia 1º de julho de 1970, quando executavam a ação de seqüestro do Caravelle PP-PDX da Cruzeiro do Sul, no Rio de Janeiro.

Estava com 21 anos quando foi presa e barbaramente torturada. Permaneceu nove anos na penitenciária de Bangu (Presídio Talavera Bruce). Em 1972, obteve autorização judicial para se casar e em setembro de 1976, nasceu Leta, sua filha.

Depois que saiu da cadeia foi morar em Volta Redonda, onde trabalhou construindo arquivo do movimento operário. De 1999 a 2002, exerceu o posto de diretora do Arquivo Público do Rio de Janeiro, onde estão arquivados todos os documentos do antigo DOPS.

Como pesquisadora, publicou oito artigos para periódicos, escreveu dois livros, além de dez textos para jornais e revistas e o mesmo número de trabalhos para congressos. Nessa entrevista, a professora Jessie Jane fala sobre a situação atual do país e da universidade brasileira.

A Verdade – Qual a sua avaliação sobre o golpe militar de 1964 e suas consequências para o povo brasileiro?

Jessie Jane – Foi uma das coisas mais dramáticas da história do Brasil. A sociedade brasileira vivia um momento de ascensão dos movimentos sociais, avanço da esquerda, dos movimentos sociais – e o golpe interrompeu isso.

Não só do ponto de vista dos processos políticos que estavam sendo gestados e que foram ceifados. As consequências aí estão colocadas: corrupção, violência, tudo isso tem a raiz ali.

A Verdade – Para a universidade, em particular, o que representou a ditadura?

Jessie – Eu não estava na universidade quando houve o golpe, mas a UFRJ viveu isso de forma grave. Por exemplo: no curso em que eu dou aula, História, vários professores foram expulsos da universidade, houve intervenção, criou-se um vazio na universidade, do ponto de vista docente, e depois veio o amordaçamento da discussão.

Acho que a universidade é hoje muito mais distanciada das questões nacionais. A universidade não tem uma interlocução com a sociedade, sua presença na sociedade é quase nenhuma. Não há projetos nacionais sendo gestados, isso tudo consequência desse esvaziamento causado pelo golpe.

A universidade que existia no Brasil pré-64 tinha menos jovens. Era, digamos assim, mais elitista do que é hoje. No entanto, era um espaço de disputa política muito mais ativo. Hoje, ela vive um marasmo político absoluto. Eu diria até que é um espaço do conservadorismo, principalmente na área das humanas.

A Verdade – Por que até hoje os torturadores não foram punidos no Brasil?

Jessie – Por vários motivos. Primeiro porque há uma cultura política no Brasil que é de sempre as transições virem de cima; tem um conchavo entre as elites e chega-se a um acordo; e aí tudo o que passou pertence ao passado, e o passado fica petrificado.

Isso foi feito na história do Brasil inteira, e a tal da transição democrática que foi feita, foi feita com isso. Tanto é que se diz: “Quem foram os personagens da transição?”. Tancredo, até Sarney é o personagem.

E aí teve um acordo sinistro na verdade, de silêncio entre os golpistas, aqueles que eram parte do golpe, a tal da oposição democrática e até setores da esquerda foram parte desse silêncio. O movimento social não conseguiu avançar, e aí já estou me referindo ao movimento de defesa dos direitos humanos.

Não conseguiu construir forças para produzir uma nova memória, porque a memória que se produziu é uma memória de que houve uma anistia, de que todo mundo foi anistiado, o que não é verdade.

Quando Lula assumiu o governo, vários setores acharam que, com ele, iríamos avançar nessa questão, mas Lula não tem nenhum compromisso com isso.

Acho até que, nos últimos dois anos, até avançou um pouquinho com Tarso Genro no Ministério da Justiça e com Paulo Vannuchi na Secretaria de Direitos Humanos, mas estamos muito longe disso. Eu tenho dúvidas de se ainda vamos conseguir punir os torturadores, mas tenho esperança.

A Verdade – O que fica de lição, para o povo, da luta contra a ditadura?

Jessie – Acho que há uma coisa que é importante, principalmente para minha geração: é um pouco da questão da democracia, entendeu?

A gente tinha uma ideia um pouco diferenciada sobre a discussão democrática, porque a gente sempre pensava na democracia como uma democracia literal do século 19, aquela democracia do voto que a gente chamava de democracia burguesa, e que é mesmo, né?

Faz parte da revolução burguesa, essa coisa. Só que, quando você vive num regime ditatorial, quando você não tem nenhum espaço de expressão, essa democracia burguesa é importante, e conseguir isso foi importante. Porque ela amplia a possibilidade de você construir uma democracia real.

Quando todos os segmentos da sociedade conseguem espaço para se organizar, para se expressar, você vai alargando, pode alargar ou não, não é um resultado inevitável.

Acho que é um pouco o que o Brasil tem tentado fazer ao longo desses anos, mas nós estamos muito aquém daquilo que deveria ser uma democracia real, em que todos tivessem acesso a tudo.

Mas de qualquer forma acho que a luta contra a ditadura deu algumas lições para a gente, principalmente a ideia de quanto pior, é pior mesmo, não é “quanto pior, melhor”.

A Verdade – Qual o papel da luta armada para a derrota da ditadura militar?

Jessie – Analisar a luta armada é supercomplexo, até porque você tem uma interdição da história política brasileira em discutir essas coisas, e aí um discurso pacifista sempre tenta obstruir essas possibilidades.

Do ponto de vista histórico, você não tem nenhuma mudança de regime, de modelo, que não tenha sido pela luta armada. Nenhuma classe entrega o poder a outra sem haver uma revolução ou qualquer tipo de rebelião. Nunca aconteceu e provavelmente não acontecerá. O Chile tentou isso e deu no que deu.

Isso é uma experiência histórica que os povos viveram e de que, até hoje, não conheço outro modelo. Se alguém conhecer, me conte, porque eu não conheço. No caso do Brasil, é preciso contextualizar a opção da luta armada naquele momento histórico.

Alguém assim falando hoje parece fazer parte de um bando de lunáticos que resolveram… Bem, mas penso que a luta armada tem, teve um papel na luta contra a ditadura, mesmo que seja um papel de exemplo.

A Verdade – Este ano foi divulgado um encontro em que o general Médici, à época presidente do Brasil, e o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, discutiram a derrubada do governo [do presidente chileno Salvador] Allende, em 1973.

Em junho do ano passado, houve um golpe militar em Honduras e muitos acreditam na participação dos Estados Unidos nesse episódio. Como vê a participação dos EUA nos golpes militares na América Latina?

Jessie – Bom, isso tudo está documentado. É documentação do Departamento de Estado, não sou eu que estou dizendo. Hoje se conhece toda a intervenção de fato dos Estados Unidos.

Inclusive um colega meu da [cadeira de] História, o Carlos Fico, acabou de lançar um livro que se chama O grande irmão: da Operação Brother Sam aos anos de chumbo, que contém documentação do Departamento de Estado que mostra a presença dos Estados Unidos na articulação do golpe no Brasil, no Chile.

Está mais do que documentado. Então esses golpes todos, na América Latina, desde os anos 50, e as intervenções na América Central, a presença do governo americano… O problema dos Estados Unidos é que, quando está falando de governo norte-americano, você está falando de empresas, porque aquilo é um Estado empresarial, de interesses econômicos, políticos e ideológicos, e, naquele momento, no contexto da Guerra Fria.

Hoje também há a presença dos Estados Unidos, porque se sabe que o governo Obama é um governo dividido. Há grandes personagens do Departamento de Estado que têm empresas em Honduras. Há um artigo muito interessante que saiu no Le Monde Diplomatique falando sobre isso.

Que as empresas, essas empresas bananeiras todas são de americanos, gente do Departamento de Estado. E tem mais um outro detalhe, que é o seguinte: há hoje na América Latina um desequilíbrio, digamos assim, na correlação de forças, porque há governos, não vou dizer governos de esquerda, mas governos mais populares ou mesmo que ficam do centro para esquerda em quase todos os países.

Na América Central você tem agora El Salvador, a Guatemala… tem esse Zelaya, que não é nenhuma flor que se cheire, mas pelo menos é um dissidente da oligarquia.

E o Le Monde Diplomatique fazia uma análise muito interessante, mostrando que o golpe militar em Honduras era um balão de ensaio desses setores dos falcões americanos com setores conservadores latino-americanos, dizendo “olha, se der certo quem sabe poderemos fazer isso em outros lugares”.

Por isso eu acho que a reação do Hugo Chávez é importante porque ele sabe disso: está a Venezuela ali, a Colômbia que os americanos apoiam estão ali… Na verdade, é a questão da geopolítica.

As pessoas são muito ingênuas nisso. Esses setores empresariais americanos têm uma estratégia ao lado dos setores conservadores, e não é à toa que se vê como os jornais burgueses tratam isso.

Está havendo um rearranjo da direita latino-americana. E daqui a pouco começam as eleições, e eles estão se rearranjando. Essa gente tem projeto, tem estratégia, e essa é sempre uma estratégia continental.

A Verdade – Que papel pode cumprir a universidade na conquista de uma nova sociedade?

Jessie – Hoje? Nenhum. Os estudantes discutem questões muito pontuais. Mesmo esses estudantes da chamada extrema-esquerda são muito míopes, não têm uma plataforma de discussão de Brasil.

É tudo muito primário, se resume em lutas quase que intestinas, eles não têm uma representação na massa estudantil. A maioria dos estudantes, hoje, chega aqui, estuda e vai para casa, e quer seu diploma para poder subir na vida.

Não se tem um movimento de professores que tenha discussão além do corporativo – ou então cada um com seu projeto de pesquisa. Os funcionários são só corporação, só discussão de direitos.

Deveres? Nenhum. Acho que nesse momento a única coisa que você pode fazer é formar bem seu aluno para ele ser um bom professor.

A Verdade – Como vê a atual situação do Brasil?

Jessie – De forma muito pessimista. Acho que os movimentos sociais estão quase todos cooptados pelo governo federal, uma central sindical absolutamente chapa-branca; uma coisa que o governo Lula fez, a despeito de todas as coisas boas que foram feitas – e reconheço que o governo Lula é muito melhor do que o governo Fernando Henrique, evidente.

Mas houve no governo Lula um esvaziamento enorme dos movimentos sociais. Hoje existe uma cooptação clara e evidente de lideranças de movimentos. Não vejo nenhuma autonomia nos movimentos sociais.

Quem ainda tenta fazer algum discurso autônomo, mesmo assim muito fraco, é o MST, que está sendo criminalizado. Também o MST me parece que está, um pouco, vivendo assim sem rumo.

Do ponto de vista sindical, o que vejo é uma coisa corporativa, esvaziada de conteúdos políticos mais relevantes, cooptação das centrais. A CUT é uma central chapa-branca. O resto já era mesmo. Um movimento estudantil também chapa-branca.

Essas organizações que se opõem à UNE também não conseguem ter um discurso que pegue. Eu vejo aqui, os meninos vêm aqui dizer um monte de abobrinhas, é uma coisa monocórdia, uma coisa que não tem consequência porque, para poder atingir o conjunto dos estudantes, é preciso uma fala que tenha a ver com a vida das pessoas, não adianta querer…

Então, eu vejo o Brasil, hoje, com muitos problemas. Diferente, por exemplo, de um país como a Bolívia, que tem uma tradição de participação, de demandas, nós somos uma sociedade hoje muito acomodada nos nossos índices de país em desenvolvimento.

Fonte - http://www.substantivoplural.com.br/